A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (21) o texto-base de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe profundas mudanças no sistema eleitoral brasileiro. Entre os principais pontos, o texto prevê o fim da reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República, além da ampliação dos mandatos e unificação das eleições municipais e nacionais a partir de 2034.
Aprovada em votação simbólica, a proposta ainda depende da análise de destaques, que podem modificar trechos específicos antes de seguir para o plenário do Senado. Para ser aprovada, a PEC precisará do apoio de ao menos 49 senadores em dois turnos. Se passar no Senado, ainda terá que ser votada na Câmara dos Deputados.
A PEC estabelece prazos diferentes para encerrar a possibilidade de reeleição nos três níveis do Executivo:
Já para vereadores, deputados estaduais, federais e senadores, a possibilidade de reeleição continuará permitida, sem alterações.
A reeleição foi introduzida em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, e permitiu que todos os presidentes eleitos desde então buscassem um segundo mandato. A única exceção foi Jair Bolsonaro, derrotado em 2022.
Ampliação dos mandatos
Outro ponto central da PEC é o aumento da duração dos mandatos:
A implementação dessas mudanças será gradual. Prefeitos e vereadores eleitos em 2028 terão mandatos de seis anos, para alinhar os calendários. A partir de 2034, todos os cargos mencionados passarão a ter mandatos de cinco anos.
Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado também terão mudanças: o primeiro eleito em cada legislatura ficará no cargo por três anos; o segundo, por dois anos — totalizando cinco anos de legislatura, sem reeleição interna.
A proposta também prevê a unificação do calendário eleitoral. A partir de 2034, todos os cargos — de vereadores a presidente da República — serão escolhidos em uma única eleição, realizada a cada cinco anos.
Atualmente, as eleições ocorrem de forma alternada a cada dois anos, o que, segundo defensores da PEC, gera custos elevados e clima político constante. A unificação busca racionalizar os gastos públicos com pleitos e reduzir o impacto eleitoral sobre a governabilidade.
« Voltar