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Como Botafogo e SAF articularam para garantir permanência de Textor

Por Globo Esporte    Sábado, 19 de Julho de 2025


Duas cartas nas últimas 48 horas foram decisivas para evitar uma drástica mudança no comando do Botafogo. Acionistas da Eagle Football, empresa criada por John Textor, fizeram um movimento para tirar o fundador do comando de todos os clubes da rede, incluindo o Alvinegro. Mas esbarraram no apoio ao americano manifestado tanto pelos dirigentes da SAF quanto pelo lado associativo.

Textor chegou a ficar ameaçado de realmente perder o cargo. Em 2022, o fundo Ares Management emprestou dinheiro para o americano concluir a compra do Lyon. Entre outras garantias, o Ares recebeu na ocasião ações do Botafogo.

Como Textor ainda não pagou o empréstimo de três anos atrás, os dirigentes do fundo de investimentos enviaram na quinta-feira um documento no qual sugeriram que o americano fizesse uma proposta para recomprar essas ações do Alvinegro que pertencem à Ares.

Se a proposta fosse aceita, Textor deveria ficar afastado por 30 dias do Botafogo. A alegação do fundo era de que o americano não poderia gerir o futebol alvinegro enquanto negociava para comprar o futebol alvinegro de outra empresa.

Durcesio Mello, John Textor e João Paulo Magalhães Lins — Foto: Reprodução

Durcesio Mello, John Textor e João Paulo Magalhães Lins — Foto: Reprodução

Os dirigentes da SAF trataram o documento do Ares como uma tentativa de tirar Textor do poder e colocar outra pessoa — provavelmente ligada ao fundo — no comando do Botafogo. Desde que Michele Kang assumiu o Lyon, em 30 de junho, a promessa feita aos órgãos franceses era de que haveria ruptura total na relação com o americano.

Diante do contexto, duas alas do clube se movimentaram para evitar que o executivo saísse do comando: o associativo, liderado pelo presidente João Paulo Magalhães, e dirigentes da SAF, em ação puxada por Alessandro Brito, diretor de gestão esportiva, e Thairo Arruda, CEO.

A carta dos funcionários da SAF, divulgada com exclusividade pelo ge, foi enviada na madrugada de sexta-feira. Com a possibilidade de queda de Textor, Alessandro Brito avisou em um grupo com outros membros do dia a dia do clube que deixaria o Alvinegro caso Textor saísse.

A mensagem foi reverberada e ganhou a concordância de pares de Brito na diretoria. Daí, surgiu a ideia da carta. Thairo buscou as assinaturas e escreveu o conteúdo. O conteúdo foi enviado à Eagle.

John Textor com Alessandro Brito — Foto: Arthur Barreto/Botafogo

John Textor com Alessandro Brito — Foto: Arthur Barreto/Botafogo

Pelo lado de João Paulo, o conteúdo foi mais técnico. O presidente do Botafogo, ao lado de André Silva, VP, e Durcesio Mello, ex-presidente, se falaram por meio de uma chamada de vídeo e buscaram os contratos da assinatura da SAF, ainda em 2022.

O presidente enviou detalhes contratuais afirmando que Textor não poderia deixar o comando sem aval do associativo. E, caso houvesse uma tentativa de alteração no controle da Eagle, a mudança na principal cadeira da SAF alvinegra teria que passar por votação no Conselho Deliberativo.

Páginas do contrato da SAF assinado por Textor e Durcesio, presidente do Alvinegro na época, foram enviadas, assim como mais assinaturas coletadas na quinta-feira reafirmando o apoio ao americano.

O lado do clube social é claro: apoio incondicional a John. João Paulo Magalhães assumiu a presidência do Botafogo em janeiro e é da mesma linha de Durcesio Mello, um dos grandes aliados que Textor teve nos bastidores do clube nos últimos anos.

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