O estado da Paraíba registrou ao menos 18 tremores de terra nos últimos cinco anos, segundo apontam dados do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) obtidos pelo ClickPB. Conforme levantamento, os abalos sísmicos foram registrados em 14 municípios.
Os abalos variaram de magnitude 1.4 mR até 2.2 mR. O maior deles ocorreu em agosto de 2022, em Belém do Brejo do Cruz, Sertão do estado. No dia 24, Belém do Brejo do Cruz registrou às 4h08 o tremor de 2.2.
Já o menor registrado pelo LabSis ocorreu em Frei Martinho, no Curimataú, no dia 1º de novembro de 2021. Confira todos os registros de tremores no fim da matéria.
Conforme Eduardo Menezes, especialista em sismologia e técnico do LabSis, tremores de terra não são comuns na Paraíba. Ao ClickPB, Eduardo comparou a quantidade de abalos com os registrados em estados vizinhos como o Rio Grande do Norte e o Ceará.
“Apesar de estar localizada na província Borborema, não tem incidência de tremores de terra como estados vizinhos, a exemplo de RN e CE”, explicou.
Segundo a equipe técnica do laboratório, sismos naturais com magnitude abaixo do nível de 3.0 mR são considerados de baixa intensidade, portanto, não costumam causar danos significativos.
Segundo apontam os dados do LabSis, o município de Belém do Brejo do Cruz, no Sertão, foi o que mais teve o abalo mais acentuados nos últimos cinco anos. Em Belém do Brejo do Cruz foram dois registros, o maior de 2.2 mR.
Em segundo lugar constam Mamanguape, no Litoral Norte do estado e Juazeirinho, no Cariri. Confira todos os detalhes no fim da matéria.
À reportagem, Eduardo Menezes explicou que apesar da quantidade, os mesmos se tratam de eventos esporádicos, assim como podem ocorrer em outras partes do Brasil.
“Não existe uma relação direta, como atividades de mineração. São eventos de origem natural, onde falhas geológicas podem ocasionar esses tremores, mas em uma quantidade pouco significativa. Portanto, são considerados “normais”, se originam da própria natureza e não se relacionam com atividades econômicas, como a exploração do solo. É o único estado do Nordeste onde observamos um baixo índice na ocorrência de abalos sísmicos”, disse ao ClickPB.
As pessoas próximas aos epicentros dos abalos podem sentir os abalos, porém segundo o técnico do LabSis eles também podem passar despercebidos.
“A Paraíba apresenta uma constância no índice dos tremores identificados nos últimos anos, geralmente ficam abaixo de 2 (entre 1.5 e 1.7 mR). Sendo assim, é possível que não sejam percebidos pela população, devido à baixa magnitude. Os relatos mais comuns que recebemos são de móveis tremendo ou uma sensação de pulsação no chão, por exemplo”, disse Eduardo Menezes à reportagem.
Entre outros pontos que podem ser observados estão portas e janelas batendo. Quanto mais próximo o indivíduo estiver do epicentro, mais altas são as chances de sentir o tremor e vice-versa.
Boa parte dos abalos sísmicos ocorrem nas áreas de zona rurais, distantes dos centros urbanos.
Os tremores são detectados de estações sismógraficas espalhadas por toda região Nordeste, em parceria com a RSBR (Rede Sismógrafica Brasileira). Até o momento, o LabSis tem uma estação localizada na Paraíba, instalada no município de Livramento.
O sistema de estações sismógraficas detém uma moderna tecnologia e segundo a equipe técnica do LabSis, eles são capazes de detectar tremores até mesmo fora do país, como no oceano ou em outras partes do mundo (sendo de elevada magnitude).
Eduardo Menezes, especialista em sismologia e técnico do LabSis. (foto: acervo pessoal/Eduardo Menezes)
Belém do Brejo do Cruz, no Sertão do estado, foi o município com registros mais fortes, segundo dados do Labsis. 9foto: reprodução/Google Maps)
Juazeirinho foi uma das cidades com maior número de registros de tremores. (foto: reprodução/Google Maps)
LabSis, da UFRn, em Natal. (foto: divulgação/LabSis)
LabSis, da UFRN. (foto: divulgação/LabSis)
LabSis, da UFRN. (foto: divulgação/LabSis)
Eduardo Menezes, especialista em sismologia e técnico do LabSis. (foto: acervo pessoal/Eduardo Menezes)
Eduardo Menezes, especialista em sismologia e técnico do LabSis. (foto: acervo pessoal/Eduardo Menezes)
Belém do Brejo do Cruz, no Sertão do estado, foi o município com registros mais fortes, segundo dados do Labsis. 9foto: reprodução/Google Maps)
Ou seja, mesmo instaladas em território nacional, os sensores das máquinas possuem uma sensibilidade que potencializam a capacidade de identificar/registrar demais tremores em outras regiões do planeta.
“Isso em relação a tremores de alto índice de magnitude, enquanto os de nível mais leve, somente são registrados com precisão em estações mais próximas ao epicentro do tremor em questão”, explicou Eduardo Menezes ao ClickPB.
Em 2024, foram catalogados 231 sismos na região Nordeste, segundo relatório do LabSis. Já em 2023 foram registrados 338 eventos sísmicos na região.
A escola utilizada pelo LabSis, a mR, é uma escala logarítmica usada para medir a magnitude de terremotos. Ela é uma das variantes da escala Richter, usada principalmente para calcular terremotos de baixa magnitude.
Dados gerais dos tremores na Paraíba
Abalos sísmicos em 2025:
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