
Mansur analisa derrota do Flamengo: "A partir do gol, a atuação foi muito ruim"
Quase um déjà vu. A derrota do Flamengo para o Central Córdoba, por 2 a 1, nesta quarta-feira, no Maracanã, pela Libertadores, lembra muito a última aparição do time no estádio pela competição: a derrota para o Peñarol, que custou a eliminação no ano passado. Em 2024, o time perdeu a invencibilidade de cinco anos como mandante. Em 2025, Filipe Luís perdeu a invencibilidade de 27 jogos.
O adeus à invencibilidade ficará em segundo plano nesta análise. Falaremos de um roteiro repetido e de um problema crônico evidenciado. Os jogos ao longo de 2025 são semelhantes: muitas oportunidades criadas e poucos gols marcados.
No geral, o número de gols não corresponde ao volume ofensivo do time. Nesta noite não foi diferente. A falta de eficácia no ataque coloca em risco o resultado com qualquer acidente de percurso. No Maracanã, o desempenho muito abaixo do sistema defensivo foi crucial para a derrota.
Bruno Henrique Flamengo Córdoba — Foto: André Durão
Um pênalti cometido por Léo Pereira e uma falha geral no segundo gol do Central Córdoba custaram um preço ainda mais alto quando o ataque, mesmo tendo oportunidades de sobra, não conseguiu compensar. A (única) boa notícia é o retorno do artilheiro Pedro, que volta com a pressão de acabar com o problema.
Se a prioridade do ano é o Campeonato Brasileiro, jogos e pontos perdidos como o desta noite, pela Libertadores, no Maracanã só aumentam a pressão em torno dos resultados e obrigam - mesmo que a contragosto - usar força máxima em todas as competições. As vaias ouvidas no fim do primeiro tempo e depois do apito final evidenciam a sede do torcedor por um melhor desempenho e pela valorização de todas as competições.
Entre muitas chances criadas e alguns sustos, o Flamengo sentiu o peso de não marcar gols mesmo diante de um rival considerado mais frágil. Afinal, nem o rubro-negro mais pessimista ou um rival mais otimista acharia que o Central Córdoba iria para o intervalo vencendo por 2 a 0 no Maracanã.
A tônica do primeiro tempo resume bem o que tem sido o ano de 2025 do Flamengo: um time que cria muitas chances, controla a maioria dos jogos, mas que não consegue traduzir isso em partidas confortáveis.
Filipe Luís dá instruções em jogo do Flamengo contra o Central Córdoba — Foto: André Durão/ge
Nos últimos dois jogos, aliás, as vitórias magras evidenciaram o quanto o ajuste fino buscado por Filipe Luís passa por um melhor aproveitamento ofensivo. Diferentemente do que aconteceu nas partidas citadas, dessa vez os erros defensivos também assombraram o treinador.
> O Flamengo entrou em campo com Rossi; Varela, Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro; Evertton Araújo, De la Cruz e Arrascaeta; Plata, Bruno Henrique e Juninho.
O Flamengo teve ao menos quatro boas oportunidades de abrir o placar. Juninho (duas vezes), Bruno Henrique, Arrascaeta e Ortiz desperdiçaram boas chances antes de Léo Pereira tocar a bola com a mão dentro da área e dar ao rival a oportunidade de ficar à frente: Hederia converteu o pênalti e abriu o placar.
Com a vantagem, o Central Córdoba atraiu o Flamengo para dentro da sua área. Mas a falta de pontaria trouxe à tona o problema crônico. Arrascaeta teve outras duas oportunidades e Plata mais uma. As chances claras e os 79% de posse de bola de nada valeram: Florentin aproveitou cobrança de falta e uma pane defensiva da defesa rubro-negra para ampliar a vantagem.
Mansur analisa derrota do Flamengo: "A partir do gol, a atuação foi muito ruim"
Filipe Luís volta para o segundo tempo com os três jogadores poupados: Wesley, Pulgar e Gerson entraram nos lugares de Varela, Evertton Araújo e Juninho, respectivamente. As mudanças logo no início fizeram o Flamengo ser mais presente e intenso no ataque - com duas finalizações de Plata e uma bola no travessão de Wesley -, mas ainda sofrendo com os contra-ataques rápidos do Central Córdoba.
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