
"Empate perigoso ", alerta João Almirante após tropeço do Vasco na Sula | Voz da Torcida
Com boa atuação no primeiro tempo e uma visível queda de rendimento no segundo, o Vasco só empatou com o Lanús na noite desta terça-feira, em São Januário, e terá que buscar pontos nos dois jogos que terá fora de casa se quiser terminar em primeiro no seu grupo e escapar do playoff com algum time da Libertadores. O resultado mais uma vez jogou luz sobre os buracos no elenco da equipe, que vem de uma sequência desgastante de partidas e teve desfalques importantes.
Sem a vitória em casa, o Vasco segue atrás dos argentinos na classificação do Grupo G: os dois clubes têm cinco pontos, mas o Lanús leva vantagem no saldo de gols. Além de ter que vencer o único jogo que resta em São Januário, contra o Melgar, o time de Fábio Carille dificilmente avançará em primeiro se não arrancar pontos diante do Puerto Cabello na Venezuela e do próprio Lanús em Buenos Aires.
Na Sul-Americana, a diferença entre classificar em primeiro ou segundo no grupo é muito grande: o segundo colocado ainda enfrenta um time eliminado na Libertadores no playoff antes de chegar nas oitavas de final. Uma vitória siimples nesta terça deixaria o Vasco em situação tranquila e ao menos por agora dispensaria todas essas contas. Como disse Carille na coletiva, o time está indiscutivelmente vivo na competição, mas de calculadora nas mãos.
Philippe Coutinho gritando em Vasco x Lanús — Foto: André Durão
Esse foi o oitavo jogo do Vasco em 23 dias. A estreia no Brasileirão contra o Santos foi no último dia 30 de março. De lá para cá, a equipe jogou no meio e aos fins de semana sem intervalo maior que três dias, incluindo duas viagens longas para Peru e Fortaleza nesse período. Mesmo com a decisão de dar descanso para alguns jogadores contra o Corinthians, a sequência de partidas cobra seu preço. Contra o Lanús, o Vasco visivelmente sentiu o cansaço.
O time teve desfalques importantes como Maurício Lemos, que ainda se recupera da fratura na costela, e Tchê Tchê, que está cuidando de um problema familiar. Mas esses foram os menos importantes. O problema foi olhar para o banco de reservas diante da necessidade de mexer do meio para frente e não encontrar ninguém capaz de mudar o rumo da partida.
Nesta terça, o Vasco teve Paulinho, Adson, Zucarello, Alex Teixeira, Jean David e Garré como opções ofensivas para o segundo tempo. Adson foi o primeiro acionado, mas entrou desconectado, contribuiu pouco e ainda cometeu uma falta perigosa para o adversário na frente da área. Olha que ironia: ao promover com justiça Rayan ao time titular, Carille acaba perdendo uma das poucas peças que podem entregar velocidade e fôlego saindo do banco no decorrer da partida.
As ausências de Payet (lesão) e de Loide, que não foi relacionado por alegar dores na coxa, expõem ainda mais a questão do elenco curto. Hostilizado no fim da partida, Carille deve ser cobrado pelo início ruim do Vasco tanto no primeiro quanto no segundo tempo e pelo repertório pequeno de jogadas de bola parada, por exemplo. Mas o treinador não pode ser apontado como o único culpado.
Por outro lado, a equipe chegou a dois jogos seguidos sem sofrer gols, algo que só havia acontecido uma vez até aqui na temporada. Esse foi apenas o primeiro jogo sob o comando de Fábio Carille que o Vasco não venceu em São Januário.
O Vasco demorou a entender o jogo na noite desta terça-feira e caiu na armadilha do Lanús, que cozinhou a partida nos primeiros minutos e ganhou todo o tempo que pôde em bolas paradas e tiros de metas. Foi o time argentino que assustou primeiro com um chutaço de Marcich na trave de Léo Jardim aos cinco minutos, atestando o melhor início da equipe adversária. O time cruz-maltino não conseguia dar sequência aos lances nas pontas e tampouco pelo congestionado meio de campo.
"Empate perigoso ", alerta João Almirante após tropeço do Vasco na Sula | Voz da Torcida
À medida que acelerou as jogadas, o Vasco começou a crescer na partida. Jair encostou mais pela direita e passou a acionar a velocidade de Paulo Henrique, que protagonizou dois grandes lances no primeiro tempo: um aos 26 minutos, em que Coutinho quase conseguiu finalizar; e outro aos 41, tabelando com Rayan e entregando na boa para Nuno Moreira finalizar para fora. O português também entrou na partida pela esquerda e deu amplitude ao ataque vascaíno, que atacou por todos os lados e empurrou o Lanús contra o seu campo defensivo.
Dos 15 minutos em diante, o time argentino pouco fez em São Januário além de se defender e se preocupar com as investidas do Vasco. O time de Carille, por sua vez, terminou a primeira etapa com 57% de posse de bola e nove finalizações, duas delas na direção do gol: uma com Vegetti em cobrança de escanteio e outra com Nuno na entrada da área. Faltou o gol para premiar a superioridade, mas a torcida reconheceu o bom momento e aplaudiu a equipe após o apito do árbitro.
O início do segundo tempo foi um espelho do primeiro: com o Lanús dominando as ações e ditando o ritmo de jogo nos primeiros minutos - dessa vez, só não acertou bola na trave. O Vasco só arrumou sua primeiro finalização aos 10 minutos, com Coutinho.
Aos poucos, o cansaço foi ficando visível. Coutinho saiu aos 22, e Nuno, aos 35. Sem dois dos seus jogadores mais técnicos e criativos, o time virou um deserto de ideias. A exceção foi uma trama bem trabalhada pela esquerda, quando Nuno ainda estava em campo, em que Paulinho finalizou de fora e arrancou tinta da trave do Lanús.
O jogo foi se tornando mais e mais confortável para o Lanús, que só não incomodou o gol de Léo Jardim por o sistema defensivo funcionou bem. Destaques para João Victor, Paulo Henrique e Hugo Moura, que estiveram entre os melhores em campo. Por sua vez, Vegetti foi um dos piores não apenas porque foi pouco acionado, mas por não saber o que fazer com a bola quando recebia fora da área, ainda na fase de construção da jogada. Nessas condições, o capitão e artilheiro da equipe na temporada mais atrapalha do que ajuda.
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