Durante participação na Audiência Pública promovida pela Assembleia Legislativa da Paraíba, realizada na tarde desta terça-feira (23) no auditório do SEBRAE, em Patos, para debater a requalificação da PB-262 no trecho da Serra do Teixeira, o prefeito Nabor Wanderley (Republicanos) comentou sobre um tema que voltou à pauta nos últimos dias: a construção do açude Espinho Branco. O gestor declarou que, após estudos técnicos, a obra se mostrou inviável e defendeu a busca de alternativas mais eficazes para o abastecimento hídrico da cidade.

A discussão sobre o Espinho Branco ganhou força após o vereador Rafael Policial (União) ter sugerido, em pronunciamento no último dia 28 de agosto, a criação de uma comissão para se reunir com o deputado Hugo Motta. Segundo Rafael, o parlamentar havia anunciado em 2020 que o Governo Federal disponibilizaria recursos para o início das obras, o que reacendeu o debate sobre o projeto.

Nabor, no entanto, afirmou que o estudo final apontou limitações que inviabilizam a execução.

“Seria um custo muito alto, mais de 100 milhões de reais, para um volume em torno de 30 e no máximo 35 milhões de metros cúbicos, em grande parte em uma profundidade entre um metro e um metro e vinte, que favorece a evaporação”, explicou o prefeito. Ele destacou que a obra não teria a eficiência esperada diante do investimento.

Além do custo elevado e da baixa capacidade de armazenamento, o gestor ressaltou que a obra traria impactos sociais relevantes.

“As águas da barragem se estenderiam por uma extensa área rasa que evaporaria facilmente, tornando inviável sua construção. Além disso, iria inundar a Agrovila, na zona rural de Patos, trazendo prejuízos para várias famílias”, alertou.

Diante desse cenário, Nabor passou a defender uma alternativa: a construção de um novo ramal da adutora Coremas/Sabugi, que garantiria maior segurança hídrica para Patos e municípios vizinhos.

“Esse novo ramal de Coremas para Patos, com uma capacidade maior, já que o açude de Coremas vai receber as águas do São Francisco, vejo como uma saída viável para garantir o nosso abastecimento”, afirmou o prefeito.

O gestor adiantou que já apresentou essa proposta ao governador João Azevêdo (PSB) e que a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) demonstrou interesse em elaborar o projeto técnico. Para Nabor, a iniciativa se mostra mais eficiente e duradoura frente ao desafio da escassez hídrica.

A preocupação com o abastecimento de Patos se envidenciou nos últimos meses por conta dos constantes colápsos registrados nos bairros periféricos e se intensifica em 2025 devido ao baixo volume dos mananciais que abastecem a cidade. Os açudes Jatobá e Capoeira e a barragem da Farinha apresentam níveis críticos em razão da irregularidade das chuvas, situação que pode levá-los a atingir o volume morto. Essa realidade pressiona ainda mais o sistema Coremas/Sabugi, responsável por abastecer Patos e outros 21 municípios da região.

Para Nabor, o novo ramal é uma solução estratégica diante das incertezas climáticas.

“Temos que pensar em alternativas concretas e sustentáveis para o futuro da nossa cidade. Patos não pode ficar refém de projetos inviáveis, precisamos investir em soluções que garantam água de forma permanente para a população”, concluiu o prefeito.