Pelo menos cinco candidatos ao parlamento mirim da cidade de Patos não receberam sequer um voto nas últimas eleições. Com isto, levantou-se logo a suspeita de que eles poderiam ser os famosos candidatos ‘laranjas’.
No entanto, a polêmica maior se recaiu sob dois partidos que elegeram vereadores, e que tiveram dois candidatos com votação zerada nas eleições. São Rede Sustentabilidade e Solidariedade que elegeram 4 vereadores juntos.
Pelo Rede, foi eleito Sargento Patrian, enquanto o Solidariedade elegeu Emano Araújo, Décio Motos e Nega Fofa.
No Solidariedade a candidata Fabiana Salviano Gomes aparece no resultado final com zero voto, no entanto, sua candidatura é considerada sob judice esperando decisão da Justiça Eleitoral quanto ao seu deferimento.
A candidatura recebe o status de sub judice quando seu registro ainda é alvo de disputa jurídica. Esses casos costumam se resolver somente após a eleição, com o desfecho de recursos enviados ao próprio TSE. A Lei das Eleições determina que a validade dos votos dados a candidatos nessa situação fique condicionada ao eventual deferimento do registro pela instância superior.
Neste caso, não se trataria de uma candidatura laranja, mas com pendências judiciais que não foram informadas pelo partido quais seriam elas.
Outros três candidatos com votação zerada são de partidos MDB e DEM (Wendel, Valdilene e Betânia) que não conseguiram eleger nenhum parlamentar e, portanto, não vem chamando atenção dos que querem no tapetão conseguir uma cadeira.
No último caso, de Albanete Maria Alves, é a que vem causando maior alvoroço em partidos que ainda sonham com uma vaga. Ela também aparece com 0 votos no resultado final do Tribunal Superior Eleitoral.
O Portal 40 Graus não conseguiu falar com a candidata, mas obteve resposta por parte do seu partido que nos informou que o que ocorreu com ela foi um problema no dia da votação e de maneira alguma ela é candidata laranja.
Segundo o que foi repassado, quando ela foi votar, seu nome não apareceu nos registros da urna. Ela ficou sem votar e fez um Registro de Ocorrência com o mesário, justificando a razão por não ter votado.
A documentação segue abaixo conforme nos foi repassada.
No entanto, o site do Tribunal Superior Eleitoral mostra que ela consta na urna.
Em sua prestação de contas, consta que ela recebeu R$ 1.000,00 do Fundo Eleitoral e sem nenhum gastos declarado.
Alguns partidos, de olho nesta vaga, já preparam ações para pedirem a anulação de toda votação da Rede sob a alegação que ela seria uma candidata laranja.
O partido que agir dessa forma pode ter punição severa, uma vez que a comprovação de uma candidatura "laranja" pode levar à cassação de toda a chapa.
O que significa 'candidatura laranja'?
A palavra "laranja", sozinha, pode ser empregada para definir alguém que assume uma função ou responsabilidade no papel, mas não na prática. Isso significa dizer que o laranja cede seu nome, com ou sem consentimento, para uso de outra pessoa. O termo, nesses casos, aparece geralmente em investigações policiais sobre fraudes.
Por isso, o candidato "laranja" é o candidato de fachada. Aquele que entra na eleição sem a intenção de concorrer de fato, com objetivos que podem ser irregulares, como desviar dinheiro do fundo eleitoral. Nessa hipótese, o candidato "laranja" empresta o nome para sair como candidato, mas na verdade faz parte de um esquema com outras pessoas.
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