Reportagem de TV pública distorce fé evangélica sobre crescimento das igrejas na França

Por Professor Espedito Filho Sábado, 4 de Outubro de 2025
Há um silêncio antigo que paira sobre o mundo — o silêncio dos que não podem se defender. Animais mutilados pela indústria, florestas transformadas em cinzas, rios intoxicados por ganância. É o mesmo silêncio que São Francisco de Assis tentou quebrar com sua vida, sua ternura e sua rebeldia espiritual.
Ele, o santo dos desprovidos, ousou ver o sagrado onde o homem moderno só vê utilidade. Chamou o lobo de irmão, o sol de pai e a lua de irmã — não por ingenuidade, mas por sabedoria. Porque entendeu que tudo o que vive compartilha o mesmo sopro divino. Francisco foi um insurgente da compaixão: o homem que se despiu da riqueza para vestir a pobreza, não por desespero, mas por lucidez.
Hoje, no entanto, o mundo parece ter se esquecido do que ele ensinou. Somos uma sociedade que mata por distração, que destrói por conforto, que se orgulha da razão enquanto mata o próprio coração. A natureza agoniza e os animais padecem, vítimas de uma humanidade que se julga superior, mas se afasta daquilo que há de mais nobre: o cuidado.
São Francisco não pregou apenas o amor — pregou a empatia radical. Defendeu os pobres, os fracos, os invisíveis. E é por isso que sua memória incomoda: porque ele é o espelho que revela o nosso egoísmo travestido de progresso.
Santo Agostinho advertiu: “Há de chegar uma hora em que não importará o quanto acreditamos em Deus, e sim se Ele acredita em nós.” Talvez essa hora já tenha chegado. Porque acreditar em Deus enquanto destruímos sua criação é a mais amarga contradição.
Hoje, celebrar São Francisco é mais do que acender velas ou postar frases bonitas — é escolher um lado. O lado da vida, da compaixão, da resistência. É lembrar que os pobres e os animais não pedem milagres, pedem apenas justiça e cuidado.
Que o exemplo do santo de Assis ecoe em nós — não como um cântico de nostalgia, mas como um grito urgente por humanidade.
“Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver indiferença, que eu leve o olhar.”
— Por aqueles que não têm voz, mas ainda assim clamam.
Por Espedito Filho