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Ordem para PM superestimar nº de ato da anistia partiu de Palácio

Por G1    Segunda-Feira, 17 de Março de 2025


A Polícia Militar do Rio de Janeiro quebrou uma tradição ao divulgar uma estimativa de 400 mil pessoas no comício em favor da anistia para Bolsonaro e outros em Copacabana neste domingo (16). A corporação sempre evitou dar números de manifestantes para eventos políticos.

A publicação da PM foi retuitada por diversos líderes e nomes bolsonaristas, como Silas Malafaia e Flávio Bolsonaro, e deu o argumento necessário para eles de que a manifestação não tinha sido esvaziada.

 

A PM, portanto, entrou na disputa de narrativas políticas, o que sempre evitou. Isso irritou muitos policiais militares que ficaram surpresos com a decisão.

 

Os números da PM do Rio, no entanto, são muito discrepantes do calculado pela USP, que estimou em 18 mil o público presente no ápice da manifestação.

O blog apurou que a ordem de divulgar e também de colocar a estimativa de 400 mil partiu do Palácio Guanabara, o que o governador nega.

"O governador Cláudio Castro nega qualquer tipo de interferência na divulgação da estimativa de público presente em Copacabana na manhã deste último domingo. O cálculo foi realizado pela Polícia Militar, que já fez esse tipo de divulgação em eventos anteriores", disse a assessoria de Castro, em nota.

blog apurou, no entanto, que o governador ligou para o comandante da PM, Coronel Menezes que estimou o público em 50 mil. Em seguida, Castro deu a ordem para divulgar 400 mil pessoas.

Neste domingo, Menezes estava acompanhado de outros dois oficiais da cúpula, e ao receber a ordem para divulgar e colocar 400 mil, teria reagido. Eles chegaram a fotografar do alto, olharam a manifestação e tinham certeza de que ali não havia quase meio milhão de pessoas.

No entanto, a ordem do Palácio foi cumprida e a instituição divulgou o número em seu perfil no X.

O método usado pela Polícia Militar para calcular multidões não é preciso. Para planejar o tamanho do policiamento para grandes eventos como réveillon, carnaval e shows, a Polícia Militar usa dados históricos. Nestes casos, um veterano policial que comandou diversos batalhões explicou ao blog que a ordem é sempre superestimar a previsão. "[Em grandes eventos] é mais fácil você desmobilizar a tropa do que você colocar mais policial, por isso que nós sempre superestimamos público".

Essa tática da PM, no entanto, não explica os números deste domingo, já que elas não foram para embasar nenhum planejamento operacional, mas sim para disputar a narrativa de que o evento havia fracassado, já que Bolsonaro convocou o comício com o mote 1 milhão nas ruas.

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