As recentes declarações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, provocaram uma crise interna no partido e geraram forte reação entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante um evento, Valdemar admitiu que “houve um planejamento de golpe” no Brasil, embora tenha ressaltado que o ato não chegou a ser executado.

Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da BandNews FM, ao tentar defender Bolsonaro, Valdemar acabou reforçando a tese que levou à condenação do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF). Para a analista, a fala pode prejudicar ainda mais a defesa, que tenta reverter a sentença de 27 anos e três meses de prisão.

Impacto jurídico e político

Bergamo explicou que o erro de Valdemar foi comparar o planejamento de um golpe a um assassinato não consumado. No entanto, a legislação brasileira prevê que a conspiração para derrubar o Estado Democrático de Direito já configura crime.

O STF considerou que os atos de Bolsonaro para desacreditar o sistema eleitoral foram executórios desse plano. Nesse contexto, a fala de Valdemar — reconhecendo o “planejamento de golpe” — corrobora a visão da Corte.

Além disso, a declaração fragiliza a estratégia da defesa, que tenta recorrer a organismos internacionais para alegar que o julgamento foi injusto e que não houve tentativa de golpe.

Reação da base bolsonarista

A repercussão entre os apoiadores mais radicais foi imediata e negativa. Em grupos de mensagens, Valdemar foi chamado de “canalha” e acusado de traição. O descontentamento aumentou após ele se referir aos manifestantes de 8 de janeiro como um “bando de pé de chinelo”, expressão que ofendeu a base bolsonarista, que os considera “patriotas” e “presos políticos”.

Análise

Para Bergamo, a tentativa de Valdemar de proteger Bolsonaro resultou em um “tiro no pé”. As declarações deram novos argumentos à Justiça e aos adversários políticos, ao mesmo tempo em que abriram uma fratura entre a direção do PL e a base bolsonarista