O cancelamento das comissões parlamentares durante o recesso gerou um novo atrito entre a oposição e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Após o veto à realização de sessões até o dia 1º de agosto, parlamentares do PL acusaram o parlamentar paraibano de ter mandado desligar o ar-condicionado do plenário 8, onde ocorreu uma coletiva em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação foi desmentida pela assessoria de Motta.
Segundo nota enviada pela equipe do presidente da Câmara, “o setor de climatização da Câmara negou qualquer tipo de solicitação para desligamento do sistema e reafirmou que está funcionando normalmente. O sistema foi ligado às 8h para a reunião que ocorreria às 9h. O que pode ter ocorrido é ter demorado para funcionar ou a sala está muito cheia”.
A polêmica aconteceu após a decisão de Motta de suspender reuniões de comissões durante o recesso parlamentar, o que inviabilizou a estratégia do PL de aprovar moções de apoio a Bolsonaro em sessões extraordinárias. Estavam previstas para a manhã desta terça-feira (22) duas reuniões: uma da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, presidida por Paulo Bilynskyj (PL-SP), e outra da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, comandada por Filipe Barros (PL-PR).
Com a suspensão das atividades, deputados da oposição se reuniram informalmente no plenário onde ocorrem as comissões e concederam uma coletiva à imprensa. No evento, reiteraram críticas às medidas cautelares impostas a Bolsonaro e acusaram a direção da Câmara de tentar impedir manifestações políticas durante o recesso. O calor no ambiente foi rapidamente associado a uma suposta retaliação, o que não foi confirmada pela administração da Casa.
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