O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pretendia usar duas reuniões de comissões da Câmara para enviar recados políticos e juntar aliados. O plano deu errado porque o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), impediu a realização das sessões.
O que aconteceu
O anúncio da proibição ocorreu minutos antes do começo da sessão. Motta publicou um “ato do presidente” com dois artigos que cancelavam as comissões:
Proíbe comissões entre 22 de julho e 1º de agosto;
O ato entra em vigor imediatamente.
O período compreendido no “ato do presidente” é igual ao recesso. Ele acaba na sexta-feira anterior que antecede a volta aos trabalhos, marcada para 4 de agosto.
Congresso está no chamado “recesso branco”. Ele acontece quando há um acordo para que não sejam marcadas sessões mesmo sem ser aprovada a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). A oposição apostou que poderia fazer as sessões por conta disso. Mas Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já tinham mantido o recesso apesar do pedido da oposição.
Após a atitude, Bolsonaro não apareceu na Câmara. Ontem, a oposição afirmava que o ex-presidente iria até as sessões. Os bolsonaristas haviam escolhido duas comissões que dominam: Relações Exteriores e Segurança Pública.
A ideia era aprovar moções de repúdio contra as medidas impostas a Bolsonaro. Mas Motta proibiu inclusive que houvesse votações de requerimentos.
Os deputados bolsonaristas viraram a tropa de choque do ex-presidente. Foi na liderança do PL na Câmara que foi desenhada a estratégia para reagir a proibição do ex-presidente dar entrevistas e usar as redes sociais.
Ao cancelar as comissões, Motta deve virar alvo da militância da direita. Manifestações estão sendo convocadas para 3 de agosto e ele dever ser alvo dos discursos.
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