Prisão de Bolsonaro obriga direita a romper 'tornozeleira bolsonarista' e isola filhos
Por G1 Terça-Feira, 25 de Novembro de 2025
A prisão de Jair Bolsonaro tem impacto direto nas eleições de 2026, e deve acelerar a reorganização das forças políticas e obrigar a direita a antecipar a escolha de seu candidato, tornando-se menos dependente da família Bolsonaro.
A tendência é de uma bifurcação inevitável. O Brasil continuará tendo uma extrema-direita bolsonarista, provavelmente liderada pelo clã, mas abre-se espaço para o surgimento de uma liderança moderada, de centro-direita e democrática.
O grande desafio para a sucessão é saber o timing dessa ruptura. A questão central é quando essa direita democrática conseguirá romper a “tornozeleira eletrônica” que o bolsonarismo colocou em sua perna.
Enquanto não se livrar desse peso, a centro-direita continua presa à radicalização.
Os herdeiros políticos de Bolsonaro chegam a esse novo cenário politicamente "desidratados" e com poucas condições de ampliar o eleitorado para além da bolha radical:
Eduardo Bolsonaro: considerado carta praticamente "fora do baralho". Inviabilizou-se pela "loucura" de apoiar um "tarifaço" contra o próprio país.
Flávio Bolsonaro: sempre que parece caminhar para ser a figura do "bolsonarista razoável", o capital político é queimado. No início do governo do pai, foi o escândalo da rachadinha. Agora, desgasta-se ao ter convocado vigílias antes da prisão do pai.
Carlos Bolsonaro: nunca foi cogitado como uma liderança razoável ou moderada da extrema-direita.
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STF condenou Bolsonaro por liderar organização criminosa com objetivo de dar golpe de Estado e permanecer no poder — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução