Polícia Civil conclui inquérito e pai é indiciado por homicídio e ocultação de cadáver de filho autista
Por Gabriella Loiola - Click PB e Rafaela Gambarra Quinta-Feira, 13 de Novembro de 2025
A Polícia Civil concluiu, nesta quarta-feira (12), o inquérito policial que investiga a morte de Arthur Davi, de 11 anos, encontrado em fábrica abandonada no bairro Colinas do Sul, na Zona Sul de João Pessoa. Davi Piazza Pinto, investigado pelo crime, foi indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O inquérito leva em consideração Davi matou o próprio filho, por ser uma criança com deficiência visual e por motivo torpe.
Em audiência de custódia, Davi confessou morte do filho por não querer pagar pensão, com valor em torno de R$ 1.800. Investigado segue preso em Florianópolis, capital de Santa Catarina, a disposição da justiça paraibana.
Conclusão da polícia é que pai agiu sozinho e que o crime foi premeditado.
Imagens de câmeras de segurança, divulgadas pela polícia, mostram quando Davi entra em um carro com um lençol nos braços, que seria o corpo da criança.

A Polícia Civil divulgou imagens registradas por câmeras de segurança que mostram o momento em que Davi Piazza sai do local onde o crime foi praticado em um carro de aplicativo, no Jardim Oceania. As imagens apontam o homem segurando uma trouxa de lençol. Segundo o delegado, o corpo da criança estava enrolado nesses lençóis.
"Ele assassinou o filho dentro do imóvel, no Jardim Oceania, solicitou uma corrida por aplicativo e transportou o corpo da criança envolvida em lençóis", disse o delegado.
Os motoristas por aplicativo, tanto o que levou o suspeito até o local onde o corpo foi enterrado, no Colinas do Sul, como o que transportou ele de volta, foram ouvidos durante o inquérito.
"Esses motoristas foram ouvidos, prestaram depoimento, confirmaram a condição de motorista, provaram essa condição e também que estavam realizando a corrida após a solicitação do autor", disse o delegado Bruno Cavalcanti.
Ainda segundo o delegado, ficou comprovado que o pai agiu sozinho e que o crime foi premeditado.
"Com relação à motivação, a única informação que temos é o relato do próprio autor para os policiais e militares catarinenses. Ele relatou que teria feito isso, entre aspas, para tirar um peso da sua vida, e aí levando em consideração essa frase e o contexto de que ele pagava pensão para a criança, a polícia entende que foi essa a motivação", afirmou o delegado.
Criança morreu por asfixia - Por Rafaela Gambarra
A causa da morte do menino foi asfixia. A informação foi divulgada pelo Instituto Médico Legal (IML) após a necropsia realizada neste domingo (2).
Segundo o IML, a necropsia apontou que a criança foi morta por asfixia por sufocação. Outros exames, como o toxicológico, também foram feitos, mas os resultados ainda não saíram. O corpo foi liberado para os familiares ainda no domingo.
O corpo do menino de 11 anos que teria sido morto asfixiado pelo próprio pai foi enterrado na manhã da segunda-feira (3), no Cemitério do Cristo Redentor, em João Pessoa.
Entenda o caso

Corpo de criança morta pelo pai foi enterrado nesta segunda-feira (3), em João Pessoa. Karine Tenório/TV Cabo Branco
As investigações apontam que o crime ocorreu logo após o encontro. Segundo a Polícia Militar, depois de matar o filho, Davi levou o corpo até o bairro Colinas do Sul, onde o enterrou em uma área de mata, nas imediações de uma antiga fábrica abandonada. O corpo foi encontrado dentro de um saco plástico preto, parcialmente coberto por terra, em uma cova rasa.
Desde o desaparecimento da criança, equipes da Polícia Militar realizaram buscas na região. A perícia ainda informou à TV Cabo Branco que a criança apresentava uma queimadura no ombro, mas que, segundo os peritos, a marca teria sido causada pela exposição ao sol.
Enquanto isso, em Florianópolis , o suspeito se apresentou espontaneamente em uma delegacia e foi preso. A Polícia Civil da Paraíba segue investigando as circunstâncias do crime.