Patos ficou em último lugar dentre os 223 municípios da Paraíba com a porcentagem de pessoas que residem em domicílios próprios. Esse dado consta no Censo Demográfico de 2022, divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de Patos, a capital paraibana também aparece com número “desfavorável” no ranking.
Na Paraíba, constatou-se que o ranking das cinco maiores proporções de moradores em domicílios alugados estavam em Patos (34,7%), Coremas (32,6%), Cajazeiras e Itaporanga (28,2%), Pombal (28%) e João Pessoa (26,7%).
Em relação a Patos e João Pessoa, Werton Oliveira, economista-chefe do Sinduscon-JP, ressaltou que a flexibilidade de empregos, o turismo, e os polos educacionais que acontecem nos dois municípios podem explicar um pouco as porcentagens.
“Quando a gente olha especialmente para Patos e João Pessoa, a gente percebe que ambos são polos regionais que concentram o maior número de população e de trabalho de locais vizinhos. Isso pode apontar justamente para uma maior flexibilidade na moradia. Por exemplo, uma pessoa que mora próximo a Patos, ela não precisa comprar uma casa para morar lá, ela simplesmente aluga aquele imóvel e consegue viver na cidade, assim como João Pessoa”, disse.
“E hoje, principalmente a capital, a gente tem visto um boom muito grande de turismo e isso naturalmente atrai muitas pessoas para morar e trabalhar aqui na cidade ou estudar, porque tanto Patos como João Pessoa são polos educacionais também, mas especialmente na capital, apesar de ainda ter. Quadrado mais barato da cidade, o custo de vida tem aumentado justamente por conta da maior participação do turismo aqui na cidade”, continuou.
Há outro fator que também pode refletir nos resultados indicados no Censo 2022: a mudança geracional. Segundo Werton, homens e mulheres mais jovens, buscando um estilo de vida mais dinâmico, estão procurando mais imóveis para alugar do que para a compra.
“A gente tem visto uma mudança clara dessa nova geração de profissionais e pessoas mesmo, homens e mulheres, que preferem alugar uma moradia ao invés de comprar uma moradia. Então essa é uma característica dessa nova geração e a gente tem visto essa mudança justamente de 2010 para cá”, disse.
“Então pode ser também que a gente tenha visto isso tanto aqui em João Pessoa como em Patos. E João Pessoa ainda tem a questão dos nômades digitais, que tem muitas pessoas que vêm morar aqui e preferem alugar porque trabalham de home office para ter uma melhor qualidade de vida e sem necessariamente comprar um imóvel”, concluiu.
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