Compartilhe

Café deve continuar com preços altos durante o ano; veja os motivos

Por BAND/UOL    Quinta-Feira, 9 de Janeiro de 2025


O café foi um dos produtos que mais subiu em 2024 e tudo indica que, para os próximos meses, a tendência de alta deve continuar. Isso por que as lavouras de café foram muito prejudicadas com o clima que predominou nas regiões produtoras durante o ano, fazendo a produção despencar no país.

As principais regiões são Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia e Rondônia. As lavouras de café enfrentaram a estiagem prolongada durante boa parte do ano, a produção foi prejudicada e ainda, em algumas regiões (principalmente em São Paulo), as queimadas foram responsáveis por destruir cafezais.

As lavouras de café são perenes (não precisam ser replantadas ano a ano), mas a cultura tem uma característica importante, que também influencia na produção, a bienalidade. A bienalidade do café é um fenômeno que se caracteriza pela alternância de anos de alta e baixa produção do cafeeiro. Esse fenômeno acontece porque, em anos de alta produção, a planta consome muita energia e diminui as suas reservas. No ano seguinte, a planta precisa se recompor e, por isso, a produção é menor. E em 2025, as lavouras de café enfrentam o período de bienalidade negativa.

Nesta quarta-feira (8), o Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea/USP) divulgou uma análise do mercado de cafés no Brasil e confirma a tendência de alta nos preços do café para 2025. Segundo o relatório do Cepea, o setor ainda não engrenou as negociações do ano e “está lento”. Mas, segundo colaboradores do órgão, a comercialização de cafés deve começar a ganhar ritmo na próxima semana.

No entanto, a expectativa de mais uma safra com a oferta limitada de café no Brasil já está sustentando cotações mais altas para o café arábica. Os preços seguem em patamares reais próximos ao de 1997 em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de dezembro/24).

Para o café robusta, os pesquisadores do Cepea explicam que o quadro é similar. O Vietnã, que é o produtor desta variedade de café também deve ter uma safra menor e tem dificuldades de exportar café aos principais países consumidores. Esses motivos devem manter a oferta mundial apertada, favorecendo a demanda pelo produto brasileiro. E, com o dólar valorizado frente ao Real, as exportações tornam-se muito atraentes para os produtores.

Nesse cenário, a variedade continuará com preços recordes reais, superiores a R$ 1.800/sc de 60 kg nos primeiros dias do ano, conforme o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo. Para o consumidor brasileiro, o café pode passar dos R$ 60 por quilo nos próximos meses.

« Voltar

DESENVOLVIMENTO

Estradas vicinais de Cacimba de Areia são recuperadas pela prefeitura

PASSO A PASSO

Saiba como acessar o Meu INSS e consultar os descontos indevidos

Veja também...

POLÊMICA

Associação avalia suspender shows em bares após lei de repasse de valor do couvert na PB

NA TV

Paraibano está entre os participantes da nova edição do MasterChef Brasil

POLÊMICA

Flávio Dino rebate Hugo Motta: 'Se fosse assim, cada Poder teria sua bandeira e seu hino'