Quaest: 72% é contra maior facilidade na compra de armas
Por O Globo Segunda-Feira, 3 de Novembro de 2025
Dados da pesquisa Genial/Quaest divulgados nesta segunda-feira, obtidos com exclusividade pelo GLOBO, mostram que a maior parte da população do Estado do Rio de Janeiro se diz contrária à ampliação do acesso a armas, após a megaoperação que resultou na morte de ao menos 121 pessoas. Entre os entrevistados, 72% se colocam contra medidas que facilitam a compra e o porte de armamentos, 24% afirmam ser a favor e 4% não responderam.
O levantamento também mostra que os maiores índices de rejeição à flexibilização foram registrados entre lulistas (72%) e outros eleitores de esquerda (75%). Já entre os que se classificam como bolsonaristas e aqueles que se identificam com a direita, a recusa à ideia decai para 43% e é superada pelo apoio de 55% e 54%, respectivamente.
Nacionalmente, a discussão sobre o tema, no entanto, tem sido tocada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que, em junho, formou a maioria para confirmar a validade de decretos assinados pelo presidente Lula (PT) sobre o assunto. As normas voltaram a restringir o acesso e ampliaram o monitoramento sobre a posse e o porte de armas no país, após o término do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Equiparação de facções a grupos terroristas
Os dados, levantados pela Quaest após a realização da megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão na semana passada, também mostram que 72% dos moradores do RJ são a favor da classificação de facções como organizações terroristas. A maioria também converge em medidas que preveem o endurecimento de punições aos criminosos, como o aumento de pena em casos de homicídios (85%), a retirada do direito à visita íntima (62%) e a proibição de saidinhas de detentos, mesmo em casos de bom comportamento ou cumprimento da maior parte da pena (53%).
O levantamento também indicou que a ação policial no estado contra o Comando Vermelho na última terça-feira foi bem vista por 62% dos entrevistados, mas não resultou na melhora na percepção de segurança dos moradores e contribui para a visão de que o estado vive um estado de guerra.