O Flamengo de Filipe Luís já tem um DNA e é fácil identificar como o time vai se comportar, difícil é conseguir neutralizar o domínio de uma equipe consistente e que gosta de ser protagonista. O Internacional teve três chances seguidas, em uma semana, mas falhou em todas.

Na noite de quarta-feira, no Beira-Rio, o Rubro-Negro se classificou às quartas da Libertadores, com gols de Arrascaeta e Pedro. O terceiro confronto entre eles garantiu ao Flamengo os 100% de aproveitamento contra o Internacional, e deu ao clube o caminho para o sonho do tetra. De olho em Lima, no Peru, o Rubro-Negro já até conheceu o próximo adversário: Estudiantes.

Arrascaeta Flamengo Inter Libertadores — Foto: Silvio Avila/AFP

As duas partidas das oitavas de final fizeram o torcedor esquecer a campanha da fase de grupos. O Flamengo sequer sofreu para se classificar contra o Internacional. No Beira-Rio, praticamente não levou susto e esteve próximo da classificação desde quando a bola rolou.

O que fica para as quartas de final é a expectativa sobre o time que emendou quatro vitórias seguidas na Libertadores - todas elas sem sofrer gols - confirmando a crescente no momento decisivo da competição. Turbinado por reforços, agora o Flamengo carrega consigo a doce responsabilidade em torno das reais chances de conquistar dois dos principais títulos que um clube brasileiro pode sonhar.

Chuva de papel e brilho de Arrascaeta

Nem mesmo o anticlímax gerado pelos papéis picados no gramado do Beira-Rio que atrasaram em 21 minutos o início da partida tiraram a concentração do Flamengo em manter o seu modus operandi. O time quer a posse de bola e quer controlar do jogo. Tendo o resultado, seguiu o roteiro com mais facilidade ainda.

É preciso ser realista ao afirmar que os primeiros 20 minutos do Flamengo não foram bons. Mesmo com quase 60% de bola, o time pouco assustou, mas também não permitiu sequer a pressão dos donos da casa. O jogo começou muito físico.

Fazendo valer o elenco, Filipe Luís escalou o terceiro time diferente neste terceiro encontro consecutivo contra o Internacional. Muito parecido com o do jogo de ida, mas com Varela no Emerson Royal e Saúl no Allan. O time titular foi: Rossi; Varela, Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro; Jorginho, Saúl e Arrascaeta; Samuel Lino, Plata e Bruno Henrique.

Arrascaeta Flamengo Inter Libertadores — Foto: Silvio Avila/AFP

A primeira oportunidade real do Flamengo foi apenas aos 23 minutos, quando o até então apagado Arrascaeta teve o seu primeiro lampejo ao descolar belo passe para Varela dentro da área. O lateral bateu por cima do gol e desperdiçou boa oportunidade. Mas a estrela do camisa 10 brilhou três minutos depois.

Samuel Lino recebeu de Bruno Henrique na entrada da área e arriscou o chute cruzado, Rochet deu rebote na cabeça de Plata, que ajeitou para Arrascaeta bater de primeira e abrir o placar. Foi o 15º gol do artilheiro rubro-negro em 2025. O uruguaio está a três gols da temporada mais goleadora da sua carreira: 2019.

E o Flamengo quase foi para o intervalo com 2 a 0. Aos 41 minutos, Bruno Henrique recebeu lançamento, venceu na corrida e chegou a marcar o que seria o segundo gol, mas o assistente marcou acertadamente o impedimento.

Sem margem para o perigo

O Flamengo voltou sem mudanças na escalação e, logo aos quatro minutos, Saúl quase marcou. Arrascaeta cobrou uma falta na cabeça do espanhol, que teve uma nova chance pouco tempo depois. Ele cobrou uma falta na barreira e, no rebote, assustou o goleiro com um chute rasteiro. Debutante em Libertadores, o meia foi um dos melhores em campo.

A outra boa chance do Flamengo pareceu um déjà vu do lance de Bruno Henrique no primeiro tempo. O atacante recebeu com muita liberdade e disparou em direção ao gol. Driblou o goleiro e colocou a bola no fundo da rede. Mais uma vez posição irregular.

Pedro comemora gol do Flamengo contra o Inter — Foto: SILVIO AVILA / AFP

Lúcido em campo, o Flamengo manteve a posse de bola e o controle do jogo no restante do segundo tempo. A impressão era de um time que administrava o resultado, sem deixar de se impor. Ações controladas para afastar o cansaço. Já perto dos 30, Filipe Luís mexeu: Pedro no BH e Luiz Araújo no Arrascaeta.