A música mais cantada pela torcida do Flamengo em 2019 faz referência ao título mundial "em dezembro de 81" e tem o verso: "E agora seu povo pede o mundo de novo". Em Doha, no Catar, o Rubro-Negro chegou à final do Mundial de Clubes, mas perdeu para o Liverpool e não conseguiu atender ao pedido da canção. Porém, nada que manchasse a temporada mágica do clube, tanto que a letra pode ser adaptada para: "E agora seu povo pede tudo de novo".
+ Reforços, renovações, novas competições, patrocínios... O que esperar do Flamengo para 2020?
Veja 10 motivos para comemorar 2019:
Jogadores do Flamengo erguendo o troféu de campeão da Libertadores — Foto: Getty Images
Desde a geração de Zico, Júnior, Andrade & companhia, o Flamengo não tinha um ano tão vencedor. Foram quatro títulos conquistados, sendo um amistoso – Flórida Cup nos Estados Unidos – e uma tríplice coroa oficial: Campeonato Carioca, Brasileiro e Libertadores. O time ainda igualou a façanha que só o Santos de Pelé, em 1962 e 1963, havia conseguido: vencer Brasileiro e Libertadores no mesmo ano.
Jogadores rubro-negros estabeleceram cinco novos recordes no Brasileirão — Foto: Agência Estado
Campeão brasileiro com sobras, o Flamengo foi dono de uma campanha fantástica e quebrou recordes do atual formato da Série A (em pontos corridos com 20 clubes) difíceis de serem batidos. São eles: maior pontuação (90 pontos); melhor ataque (86 gols); maior saldo (49 gols); melhor artilheiro (Gabigol, com 25 gols) e maior invencibilidade em uma mesma edição (24 jogos seguidos sem perder).
Meme do "cheirinho de título" virou contra o "feiticeiro" em 2019 — Foto: Reprodução
Antes sem conquistar um título de expressão desde 2013, quando foi campeão da Copa do Brasil, o Flamengo nos últimos anos ficou marcado por bater na trave. Foi assim na Copa do Brasil e na Sul-Americana de 2017, por exemplo, quando perdeu na final e viu os torcedores rivais criarem o deboche com a frase "cheirinho de título". Mas em 2019, o clube não ficou no "cheirinho" e acabou com o rótulo.
Trio Gabigol, Bruno Henrique e Arrascaeta foi contratado em 2019 — Foto: REUTERS/Amanda Perobelli
Muito do sucesso do Flamengo na temporada se deve ao forte time montado pela diretoria. Se na última gestão o clube teve dinheiro para contratar mas investiu mal, desta vez o departamento reformulado foi cirúrgico no mercado. Foram R$ 215 milhões investidos e nove reforços, sendo oito titulares: Rodrigo Caio, Pablo Marí, Rafinha, Filipe Luís, Gerson e o trio de ataque mais badalado do Brasil, Gabigol, Bruno Henrique e Arrascaeta. Apenas a aposta no lateral-direito João Lucas, ex-Bangu, não deu resultado.
Jorge Jesus se tornou ídolo da torcida do Flamengo — Foto: REUTERS/Ibraheem Al Omari
Quando decidiu arriscar no português Jorge Jesus para o lugar de Abel Braga, nem mesmo a diretoria do Flamengo poderia imaginar que daria tão certo. O Mister conquistou títulos e a torcida, ganhou música na arquibancada e, junto com Jorge Sampaoli, reabriu as portas do mercado brasileiro para treinadores de outros países. Santos e Avaí, por exemplo, acertaram com os treinadores portugueses Jesualdo Ferreira e Augusto Inácio, respectivamente, enquanto o Inter contratou o argentino Eduardo Coudet.
Flamengo enfrentou o Liverpool de igual para igual no Mundial — Foto: Corinna Kern/Reuters
Com uma nova filosofia, o Flamengo de Jesus quebrou alguns paradigmas do futebol brasileiro em 2019: mostrou que é possível competir em duas frentes sem poupar time para priorizar uma competição; apresentou uma valorização da parte tática e jogadas ensaiadas; instituiu a prática de treinos em dias de jogos noturnos e, mesmo sem ganhar o Mundial, provou que dá para encarar os europeus sem retranca.
Sub-20 do Flamengo comemora o último título da base, a Supercopa do Brasil — Foto: Mariana Sá / CBF
O ano que começou com uma tragédia terminou como a temporada mais vencedora da história da base do Flamengo. Foram 27 troféus do sub-6 ao sub-20, com direito à inédita unificação dos títulos de campeão do Campeonato Brasileiro Sub-17, Sub-20 e profissional. A última conquista foi domingo sobre o Palmeiras na Supercopa do Brasil, que classificou o Rubro-Negro para a Libertadores Sub-20 em 2020.
Flamenngo passou a administrar o Maracanã esse ano e vai participar da licitação — Foto: Divulgação/Flamengo
2019 foi também o ano em que o Flamengo começou a administrar o Maracanã, e o clube rapidamente transformou o estádio mais famoso do mundo em rentável. A diretoria reduziu os custos operacionais e atualmente consegue lucrar aproximadamente 50% das rendas dos jogos. Só com bilheteria, a receita líquida rubro-negra foi mais de R$ 40 milhões esse ano, isso sem contar as vendas dos bares.
Flamengo muitas vezes esgotou ingressos de jogos só com sócios-torcedores — Foto: Antonio Lacerda/EFE
O ano também representou o recorde de inscritos no "Nação Rubro-Negra", programa de sócio-torcedor do clube criado em 2013 e que tinha seu melhor número em dezembro de 2017, quando atingiu 122 mil na época da final da Copa Sul-Americana. Em 2019, o Flamengo chegou a 150 mil sócios. Porém, o clube congelou as adesões perto da final da Libertadores e atualmente conta com 135 mil adimplentes.
Landim durante Mundial no Catar. Presidente foi figura da mudança do Fla — Foto: Alexandre Vidal/Flamengo
O Flamengo fechou o ano com um faturamento recorde na história do futebol brasileiro: R$ 857 milhões, segundo estimativa apresentada pelo clube na semana passada. Só com os títulos conquistados, foram cerca de R$ 150 milhões, embora parte do valor tenha sido repartido com os jogadores em forma de premiação. Mesmo com aumento da dívida, o clube prevê superávit no exercício de R$ 112 milhões.
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