Julgamento da trama golpista: Flávio Dino diz que não cabe anistia aos crimes analisados pelo STF

Por G1 Terça-Feira, 9 de Setembro de 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira (9) que o ex-presidente Jair Bolsonaro liderou uma organização criminosa com o objetivo de se manter no poder mesmo após a derrota nas urnas em 2022.
“O réu Jair Messias Bolsonaro deu sequência a essa estratégia golpista estruturada pela organização criminosa, sob a sua liderança, para já colocar em dúvida o resultado das futuras eleições, sempre com a finalidade de obstruir o funcionamento da Justiça Eleitoral, atentar contra o Poder Judiciário e garantir a manutenção do seu grupo político no poder, independentemente dos resultados das eleições vindouras”, disse Moraes.
O ministro afirmou que a estratégia não se restringiu ao período eleitoral de 2022, mas vinha sendo construída ao longo do mandato. O objetivo, segundo ele, era criar um ambiente de instabilidade institucional que justificasse medidas de exceção, como a decretação de estado de sítio e a prisão de ministros do Supremo.
Moraes também destacou o papel de militares nas articulações:
“No Brasil, todas as vezes que as Forças Armadas atenderam o chamamento de um grupo político que se diz representante do povo, nós tivemos um golpe, um estado de exceção, uma ditadura. Aqui já se mostrava claramente o andamento dos atos executórios do golpe de Estado, em unidade de designios com Augusto Heleno, eu repito, cuja figura naquela live serve exatamente para dar credibilidade, seja às Forças Armadas, seja ao discurso de que as Forças Armadas iriam acolher o chamamento do povo. O mesmo discurso, e aqui na linha temporal tudo se junta”, afirmou.