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Biliu de Campina tem obra reconhecida como patrimônio cultural da PB

Por Jornal da Paraíba    Quarta-Feira, 7 de Maio de 2025


A obra do cantor e compositor Severino Xavier de Souza, conhecido como Biliu de Campina, foi reconhecida como patrimônio cultural da Paraíba. A Lei foi sancionada pelo governador João Azevêdo e publicada no Diário Oficial (DOE-PB) nesta quarta-feira (7), após aprovação na Assembleia Legislativa. A autoria é do deputado estadual Delegado Wallber Virgolino.

Com a sanção, todo o legado artístico de Biliu, reconhecido por manter viva a tradição do forró autêntico e da irreverência cultural nordestina, passa a ser protegido pela relevância histórica e cultural para o povo paraibano.

Natural de Campina Grande, Biliu se destacou como defensor das raízes do forró tradicional e tornou-se símbolo da cultura popular no estado. Ao longo da carreira, acumulou composições que valorizam a identidade nordestina e representam uma crítica bem-humorada aos costumes sociais, sem perder o tom festivo característico de sua obra.

Biliu morreu em julho de 2024, aos 75 anos. Ele estava internado no Hospital de Trauma de Campina Grande, em virtude de uma queda que provocou um sangramento na cabeça. A situação de Biliu se agravou e ele precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O corpo de Biliu foi enterrado no Cemitério do Monte Santo, em Campina Grande, em frente ao túmulo do também cantor e compositor Genival Lacerda, que morreu em janeiro de 2021, aos 89 anos, por complicações da Covid-19.

A lei entra em vigor a partir da data da publicação da lei e o reconhecimento é também uma forma de homenagear a trajetória do artista, que marcou gerações e segue como referência no cenário musical nordestino.

Trajetória de Biliu

 


				
					Biliu de Campina tem obra reconhecida como patrimônio cultural da PB

Biliu de Campina na abertura do Maior São João do Mundo 2017, em Campina Grande. Foto: Artur Lira/G1/Arquivo

Forrozeiro formado em direito pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), trocou a advocacia pela música em 1978, quando iniciou a carreira artística, resgatando o forró de raiz, o cantor e compositor se auto-intitulava como o maior carrego de Campina Grande.

Na carreira musical, Biliu de Campina lançou três discos independentes: Tributo a Jackson e Rosil, Forró o Ano Inteiro e Matéria Paga, e lançou dois cds independentes: Do Jeito que o Diabo Gosta e Forrobodologia.

No ano de 2002, mantendo seu lado irreverente, lançou outro projeto, o cd 'Diga Sim a Biliu de Campina', trocadilho da campanha nacional do combate à pirataria, que dizia "Diga não a Pirataria".

O forró de Biliu tem toda a essência dos forrós tradicionais, com um swing característico dos discípulos de Jackson do Pandeiro. Na sua história em Campina Grande, Biliu fez de tudo um pouco no meio da música, chegando a ser puxador de samba nos carnavais da Rainha da Borborema. Mas o que o artista fez por muitos anos foi subir no palco do Maior São João do Mundo, no Parque do Povo.

Carreira Artística

Biliu teve sua primeira composição gravada em 1984, "A Grande Herança", por Messias Holanda e criou a banda "Os ETs do Forró". Em seus três primeiros discos, incluiu, além de suas composições, outras já consagradas, como "O canto da ema", de João do Vale, Aires Viana e Alventino Cavalcanti, e "Sebastiana", de Rosil Cavalcanti. Gravou também "Galo I (trupizupe)" e Galo II (embalo geral) músicas do bloco Galo de Campina, com arranjos do maestro Gabymar Cavalcanti.

Em 1989, participou com Gilberto Gil de show realizado no Parque do Povo, em Campina Grande, no lançamento do movimento político-ecológico "Onda Azul" e que também serviu como homenagem aos 70 anos de Jackson do Pandeiro. Em 1999, foi homenageado durante o Forró Fest.

Foi essa mistura de ritmos, humor e tradição que levou o artista a ser homenageado com o troféu Ícone da Cultura do projeto Sesi Forró na empresa 2008. De lá pra cá, Biliu esteve presente em quase todas as edições do Maior São João do Mundo em Campina Grande.

No dia 30 de março de 2022, Biliu de Campina e outros artistas da região foram reconhecidos pelo estado como os novos mestres das artes, pela Lei Canhoto da Paraíba.

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