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Gil pede indenização de R$ 370 mil em processo contra padre paraibano que debochou de Preta Gil

Por G1   Terça-Feira, 14 de Outubro de 2025

Gilberto Gil vai processar um padre da Paraíba que debochou de orações pela saúde de Preta Gil após a morte da artista. A informação foi confirmada ao g1 pela advogada do artista baiano na segunda-feira (13). O cantor exige uma indenização de R$ 370 mil por danos morais.

A advogada Layanna Piau disse ao portal que ela e o também advogado Fredie Didier Jr, que também assina a ação, incluíram mais um documento na petição. Por isso, o processo será formalizado nesta terça-feira (14) na Justiça do Rio de Janeiro.

O alvo da ação judicial foi identificado como Danilo César, da Paróquia São José, em Areial, cidade no interior da Paraíba. O pároco debochou da morte de Preta Gil após o pai da cantora afirmar ter feito uma oração aos orixás — divindades centrais nas religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda. Um vídeo com o registro do momento ainda circula nas redes sociais.

 

"Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê o poder desses orixás que não ressuscitaram Preta Gil?", debocha o padre, durante uma pregação.

 

A declaração do religioso aconteceu durante a homilia, que consiste em uma espécie de palestra feita pelo padre após a leitura da liturgia, em uma missa do dia 27 de julho deste ano.

 

"Tem gente católico que pede a essas coisas ocultas. Eu só queria que o diabo viesse e levasse. O dia que ele levar e no outro que você já acordar lá, com o calor do inferno, você não sabe o que é que vai fazer".

 

Diante disso, Gilberto Gil e a família do artista acusam o padre de intolerância e racismo religioso. O cantor chegou a notificar extrajudicialmente a Diocese de Campina Grande e o padre há cerca de um mês.

Padre de Areial (PB) é denunciado por intolerância religiosa após fala sobre Preta Gil

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Na época, o cantor exigiu uma retratação pública e formal por meio do canal da paróquia, onde a missa foi transmitida. Além disso, Gil exigiu também a apuração e responsabilização eclesiástica do sacerdote, com a adoção de medidas disciplinares.

Na notificação, Gilberto Gil destacou o "enorme desrespeito" do padre que, em um momento de luto vivido pela família, maculou a memória e a honra de Preta. O artista também pontuou que a ação do religioso viola o direito à liberdade religiosa, o que configura crime previsto no Código Penal.

Após 15 dias da notificação, não houve manifestação pública ou comunicado feito à família para retratação. Com isso, Gil decidiu formalizar o processo.

O portal também entrou em contato com a Diocese de Campina Grande e com a Paróquia São José para um posicionamento sobre o caso, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

 

Preta Gil tinha relação forte com a religiosidade

 

Preta Gil sempre destacou a importância da espiritualidade em sua vida, especialmente quando estava em Salvador. A cantora morreu no dia 20 de julho, após complicações de um câncer no intestino, em Nova York.

Meses antes, após a realização da primeira cirurgia, Preta chegou a celebrar uma breve recuperação do câncer com uma missa especial na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Centro Histórico da capital baiana. A celebração aconteceu em janeiro de 2024, ao lado do pai Gilberto Gil, da madrasta Flora Gil e da amiga Regina Casé.

 

Preta Gil reuniu amigos e familiares durante missa em Salvador nesta sexta-feira (5) — Foto: Malu Vieira/g1

Preta Gil reuniu amigos e familiares durante missa em Salvador nesta sexta-feira (5) — Foto: Malu Vieira/g1

Logo após o Carnaval de 2025, poucos meses antes de falecer, a cantora deu um mergulho no mar da Baía de Todos-os-Santos, como uma forma de se reconectar com Iemanjá, orixá das águas. "Mas eu esperei muito por esse dia de dar um mergulho, estava sonhando no hospital, especificamente esse píer, então chegou o dia de agradecer, dar um mergulho e receber este axé de Iemanjá", celebrou.

Desde a morte de Preta Gil, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos realiza uma missa, no dia 20 de cada mês, em memória da artista. As orações pela alma de Preta continuarão até o aniversário de um ano da morte dela.

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