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Por O Globo Sexta-Feira, 15 de Agosto de 2025
Um creme dental feito com seu próprio cabelo pode ser uma maneira sustentável e clinicamente eficaz de proteger e reparar dentes danificados. Em um novo estudo, cientistas do King's College London descobriram que a queratina, uma proteína encontrada no cabelo, na pele e na lã, pode reparar o esmalte dentário e prevenir os estágios iniciais da cárie.
A equipe descobriu que a queratina produz uma camada protetora que imita a estrutura e a função do esmalte natural quando entra em contato com os minerais da saliva. Em seu estudo, publicado na revista científica Advanced Healthcare Materials, os cientistas extraíram queratina da lã.
Eles descobriram que, quando a queratina é aplicada à superfície do dente e entra em contato com os minerais naturalmente presentes na saliva, ela forma uma estrutura cristalina altamente organizada que imita a estrutura e a função do esmalte natural.
Com o tempo, essa estrutura continua a atrair íons de cálcio e fosfato, levando ao crescimento de uma camada protetora semelhante ao esmalte ao redor do dente. Isso marca um avanço significativo na odontologia regenerativa.
A queratina forma uma densa camada mineral que protege o dente e sela os canais nervosos expostos que causam sensibilidade, oferecendo alívio estrutural e sintomático. O tratamento pode ser administrado por meio de um creme dental de uso diário ou como um gel aplicado profissionalmente, semelhante ao esmalte de unha, para um reparo mais direcionado.
A equipe já está explorando caminhos para aplicação clínica e acredita que a regeneração do esmalte à base de queratina poderá ser disponibilizada ao público nos próximos dois a três anos.
"A queratina oferece uma alternativa transformadora aos tratamentos odontológicos atuais. Além de ser obtida de forma sustentável a partir de resíduos biológicos, como cabelo e pele, também elimina a necessidade de resinas plásticas tradicionais, comumente usadas em odontologia restauradora, que são tóxicas e menos duráveis. A queratina também parece muito mais natural do que esses tratamentos, pois pode se aproximar mais da cor do dente original", diz Sara Gamea, pesquisadora de doutorado no King's College London e primeira autora do estudo, em comunicado.
Alimentos e bebidas ácidos, higiene bucal inadequada e envelhecimento contribuem para a erosão e cárie do esmalte, levando à sensibilidade dentária, dor e, eventualmente, à perda dentária.
"Ao contrário dos ossos e do cabelo, o esmalte não se regenera. Uma vez perdido, desaparece para sempre.", diz Sherif Elsharkawy, autor sênior e consultor em prótese dentária no King's College London.
Embora cremes dentais com flúor sejam usados atualmente para retardar esse processo, tratamentos à base de queratina demonstraram interrompê-lo completamente.
À medida que crescem as preocupações com a sustentabilidade dos materiais para a saúde e o uso prolongado de flúor, esta descoberta posiciona a queratina como uma candidata líder para o futuro dos cuidados dentários. A pesquisa também se alinha a esforços mais amplos para adotar inovações circulares que transformem resíduos em saúde, transformando o que, de outra forma, seria descartado em um valioso recurso clínico.
"Estamos entrando em uma era empolgante, em que a biotecnologia nos permite não apenas tratar sintomas, mas também restaurar a função biológica usando os próprios materiais do corpo. Com mais desenvolvimento e as parcerias certas com a indústria, em breve poderemos obter sorrisos mais fortes e saudáveis a partir de algo tão simples como um corte de cabelo.", conclui Elsharkawy.