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Por O Globo Quinta-Feira, 14 de Agosto de 2025
Astrônomos anunciaram fortes evidências de que um planeta gasoso, semelhante a Júpiter, pode estar orbitando uma das estrelas do sistema Alpha Centauri, o mais próximo do nosso sistema solar. A descoberta foi possível graças às observações do Telescópio Espacial James Webb, da Nasa.
Alpha Centauri, localizado a apenas quatro anos-luz da Terra, desperta fascínio há décadas, inspirando histórias de ficção científica e viagens interestelares imaginárias. A proximidade do sistema também o torna um alvo estratégico para os cientistas, que buscam entender mundos ao redor de estrelas semelhantes ao Sol.
Segundo os pesquisadores, o possível planeta estaria na região conhecida como zona habitável, onde a água líquida poderia existir. Por ser gasoso, ele não suportaria vida como a conhecemos. Ainda assim, se confirmado, seria o planeta mais próximo encontrado até hoje dentro da zona habitável de uma estrela parecida com o Sol. Mais observações são necessárias para confirmar se realmente se trata de um planeta.
A descoberta foi detalhada em dois artigos aceitos para publicação na revista The Astrophysical Journal Letters. Os estudos representam uma prévia do que poderá ser alcançado futuramente com o aprimoramento das ferramentas de detecção de exoplanetas, sobretudo aqueles semelhantes à Terra.
O sistema Alpha Centauri é composto por três estrelas: Alpha Centauri A e B, parecidas com o Sol, e a anã vermelha Proxima Centauri, que orbita o par a uma distância maior. Até o momento, apenas a última possui planetas confirmados, descobertos de forma indireta, a partir do efeito gravitacional que exercem sobre a estrela.
Capturar uma imagem direta de um planeta é um método mais complexo, por ser necessário separar a fraca luz emitida pelo planeta do brilho intenso da estrela.
— Até agora, a imagem direta era mais eficaz para planetas jovens e massivos, porque eles brilham mais — Aniket Sanghi, estudante de pós-graduação do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) envolvido na pesquisa.
O telescópio Webb, lançado em 2021, permitiu avançar nessa técnica. Em agosto passado, os astrônomos apontaram o instrumento para Alpha Centauri. Um coronógrafo bloqueou grande parte do brilho de Alpha Centauri A, enquanto técnicas de processamento de imagem reduziram o impacto da luz de Alpha Centauri B, permitindo identificar um ponto de luz fraco, que seria o possível planeta.
Análises subsequentes descartaram que o ponto fosse um asteróide, uma galáxia de fundo ou um artefato de imagem. “Passamos o último ano tentando eliminar esse objeto das nossas imagens, mas não tivemos sucesso”, afirmou Sanghi.
O planeta teria aproximadamente o tamanho de Júpiter e a massa de Saturno. Ele orbitaria Alpha Centauri A a cada dois anos terrestres, a uma distância de uma a duas vezes a existente entre o Sol e a Terra, com temperatura estimada de cerca de − 55 °C.
Para confirmar a descoberta, os astrônomos precisarão observar novamente o planeta, seja com o Webb, com outros telescópios em terra ou no espaço, como o Extremely Large Telescope, em construção no Chile, ou o Telescópio Espacial Roman, previsto para 2027.
A técnica de imagem direta, apesar de complexa, oferece informações detalhadas sobre planetas, incluindo tamanho, massa, temperatura e distância da estrela hospedeira.
— É a única maneira de buscar biosinais ou sinais de habitabilidade — disse Charles Beichman, astrônomo do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e do Caltech.
Para o pesquisador, a detecção de um gigante gasoso tão próximo é um passo importante para missões futuras, como o Observatório de Mundos Habitáveis, projetado para buscar exoplanetas semelhantes à Terra a dezenas de anos-luz.
— Este é o primeiro passo, e estamos fazendo isso com o Webb — concluiu.