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Lagosta azul rara é encontrada pela segunda vez no Brasil, em Alagoas

Por G1    Terça-Feira, 28 de Fevereiro de 2023


Era para ser um dia de pesca como outro qualquer, mas um pescador da cidade de Maragogi, no Norte de Alagoas, tomou um susto ao puxar a rede na segunda-feira (20), em pleno carnaval. Junto com os peixes, ele encontrou uma lagosta azul, espécie rara e com apenas dois registros no Brasil, segundo pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O animal foi devolvido ao mar após a foto.

"O pescador [cuja identidade não foi informada] ao puxar sua rede de pesca se deparou com a lagosta azul. A [pesca] lagosta está proibida por causa do período de defeso. Ele saiu para pescar peixes e encontrou a lagosta que foi puxada de forma acidental. Eles fotografaram e devolveram ao mar porque já sabiam da repercussão sobre o primeiro animal encontrado anos atrás", disse o secretário de Turismo de Maragogi, Diego Vasconcelos.

O g1 entrou em contato com o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cláudio Sampaio, biólogo e doutor em zoologia. Segundo ele, é o segundo registro dessa espécie no Brasil e ambos foram feitos em Maragogi. O primeiro foi feito na praia de Barra Grande em 2019. O achado foi publicado em uma revista científica eletrônica, com informações técnicas e a geolocalização com as coordenadas do local.

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O professor explicou que a cor azul em crustáceos pode estar associada a uma mutação de um gene que codifica o colorido característico de cada espécie. Mas em lagostas, a causa ainda é desconhecida.

"Não conhecemos nada sobre as consequências do colorido azul nas lagostas, pode ser que estejam se reproduzindo, embora as duas capturadas (as únicas conhecidas) eram pequenas, possivelmente não tinham atingindo a maturidade sexual", explicou.

Sampaio informou ainda que as lagostas vivem em ambientes recifais, corais e bancos de algas calcárias, muito comuns na costa alagoana. Isso pode explicar a aparição no litoral do estado.

O professor alerta sobre o período de defeso atual das lagostas, que vai até o mês de abril, quando é proibido a pesca, transporte e beneficiamento.

"Caso capture acidentalmente uma lagosta, solte no mesmo local. Em caso de capturas de novas lagostas azuis (e outros organismos curiosos), recomenda-se entrar em contato com centros de pesquisa, ONGs e a Universidade. No caso de ocorrer em uma unidade de conservação, como a APA Costa dos Corais, os gestores do ICMBIo devem ser avisados", disse o pesquisador.

O secretário de Meio Ambiente informou que vai reforçar junto aos pescadores do município a importância de não capturar lagostas e, em casos acidentais, devolvê-las ao mar.

"Hoje o que a gente pode fazer é conscientizar a população de pescadores a não pescar o animal para ver se ela [a lagosta azul] se reproduz e a gente possa ter o aparecimento dela com maior frequência", disse Diego Vasconcelos.

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