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Mãe do patoense Pedro Neto mostra indignação e clama por justiça para morte do filho assassinado

Por Vicente Conserva - 40 Graus    Quinta-Feira, 4 de Março de 2021


Há quase dois anos uma mãe de Patos convive com uma coisa que não sai da sua cabeça. Um fato irremediável que mudou o curso da sua vida e de toda sua família, e que inconformada, procura o principal de tudo: respostas e justiça, acima de tudo para morte trágica de um de seus membros.

A empresária do ramo supermercadista em Patos-PB, Marta Lúcia Vieira Magalhães, ainda sem conseguir aceitar a morte cruel do seu filho Pedro Morais Medeiros Neto, de 37 anos, mostrou toda a sua indignação com o caso que pode ter um desfecho no dia 17/03/2021, quando a ré confessa e única acusada pela morte, a jovem Marília de Carvalho Marinho, 24 anos, será levada a júri popular, às 09hs, na Comarca de Guarabira-PB.

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Pedro Neto foi morto a tiros na noite do sábado, 08 de junho de 2019, nas imediações do Memorial Frei Damião, na cidade de Guarabira, no Brejo paraibano.

Segundo informações colhidas pela reportagem, Pedro Neto saiu de casa falando para família que iria vender todo o seu gado. O rebanho que seria de propriedade dele e de um(a) sócio(a) e que a família descobriu depois que nunca existiu tal rebanho.

Quebra-cabeça do crime

Iniciadas as investigações, a Polícia Civil chegou até o nome de Marília de Carvalho que chegou a ser ouvida um dia após o crime pelo delegado Norival Gomes Portela, mas inicialmente negou qualquer participação na morte de Pedro Neto.

No entanto, a Polícia Civil seguiu investigando e todas as pistas levavam até a jovem que foi encontrada no dia da prisão com o celular da vítima.

O rastreamento do celular da vítima feito pela Polícia Civil sempre apontava que o aparelho estava com ela. Isto foi uma ferramenta importante para polícia pedir sua prisão, já que ela negava tudo até o dia em que foi presa.

Daí então o mandado de prisão preventiva contra ela foi expedido pelo juiz da Comarca de Guarabira e cumprido no dia 12 de julho do mesmo ano, um mês e quatro dias após o crime.

Após ser presa, no seu segundo depoimento, Marília mudou sua versão inicial e não só confessou a autoria do crime, como também contou ainda aos policiais o local onde o veículo de Pedro Neto estava escondido.

A indignação de uma mãe

Marta diz na carta enviada a nossa redação que sua vida mudou totalmente após esse assassinato covarde. “As perguntas nunca respondidas rondam a minha existência, mais que a de qualquer outra pessoa que teve o desespero de ouvir a notícia fatal, que desestabilizou o equilíbrio de nossas vidas”, disse ela num trecho da carta.

Para a mãe, “muitos fatos estão ainda encobertos por segredos de Justiça, como os sigilos telefônicos nunca quebrados, e pela supostamente única envolvida, que deixou de revelar muitas coisas”.

Ela vai mais além afirmando que “visto que os mecanismos usados pela perícia são contraditórios ou inconclusivos, e o processo parece ser indiferente à nossa dor”.

Por fim, ela faz uma série de questionamentos que podem ser determinantes para um final feliz para família (a condenação da ré).

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“Tendo em vista essas alegações, me dirijo ao júri e a todos os interessados no desdobramento do caso, pergunto então: por que o caso não ser tratado de modo diferente? Já consideraram todas as penas possíveis, as piores para fazer jus ao pior caso de assassinato que já tive notícia? Por que não ser tratado como latrocínio? O carro foi depenado e queimado e, como se não fosse o suficiente, a desalmada da Marília permaneceu por semanas com o celular dele, vivendo sua vida como se não tivesse liquidado a do meu filho. Quem mais está envolvido nessa história? Por que algumas autoridades continuam sem se pronunciar para clarear melhor as respostas? Algo precisa ser feito!”, diz ela.

Ela finaliza cobrando justiça: “A impunidade de Marília degrada minha família inteira a cada dia em que ela continua vivendo enquanto não posso falar o mesmo do meu único filho homem”.

Leia a toda a carta enviada pela mãe da vítima à nossa redação.

 

Carta de uma mãe indignada a uma Justiça questionável e a um público enganado

Patos, Março de 2021.

Caros interlocutores interessados,

Em 2019, aconteceu um fato irremediável que mudou o curso da minha vida e de toda minha família: a morte de Pedro Neto. O assassinato covarde e ainda cheio de mistérios atormenta nossas vidas, dois anos depois do acontecido. As perguntas nunca respondidas rondam a minha existência, mais que a de qualquer outra pessoa que teve o desespero de ouvir a notícia fatal, que desestabilizou o equilíbrio de nossas vidas, especialmente a do pai tetraplégico e dependente de Pedro, além dos filhos menores de 15 anos, e a minha, de convivência diária e de dependência mútua do meu filho.

 A mídia não demonstra os fatos em sua totalidade e nem poderia, muitos estão ainda encobertos por segredos de Justiça, como os sigilos telefônicos nunca quebrados, e pela supostamente única envolvida, que deixou de revelar muitas coisas. Por razões questionáveis, Pedro Neto foi equivocadamente pintado como uma ameaça para a assassina, por não terem sido revelados detalhes sórdidos do relacionamento dos dois, nem da cena do crime, assim como as inúmeras notícias falsas, a citar: a arma que Pedro nunca teve e que Marília afirma ter usado para matá-lo, as ameaças alegadas por Marília mas nunca comprovadas realmente, entre outras. Durante um período da existência do meu filho, ele se envolveu com a Marília, que expropriou muitos dos bens dele, usando de artifícios e jogos psicológicos, certa vez fazendo se passar por uma paciente cancerosa precisando de recursos que ele não se recusou a ceder, como a égua Safira. Entretanto, a manipulação psicológica de Marília não parou por aí, uma vez que ela armou um cerco para atrai-lo, ainda mal compreendido, e ela se recusa a revelar, por livre e espontânea vontade, a verdade dos fatos de que tem ciência. A certeza que eu tenho é: a morte cruel dá mostras da confiança do meu filho para com ela, a boa fé ao segui-la para um mausoléu, de João Pessoa a Guarabira, sabe-se lá o que ela disse para fazê-lo cair nessa armadilha, deixando-o lá, sem apoio, sem piedade, seguindo para uma cidade vizinha, Barra de Santa Rosa, onde depenou o carro de Pedro, e acabou com os últimos resquícios do crime cometido por ela –e sabe-se lá quem mais, com que propósitos.

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Enfim, é uma coisa que não sai da minha cabeça, nem da do meu esposo, que pergunta por ele todos os dias em seu leito, da filha pequena que ainda não entende o que representa a morte, nem do filho de 15 anos, todos nós inconformados e procurando o principal: respostas e justiça, acima de tudo.

 Todavia, não nos restou nem isso, visto que os mecanismos usados pela perícia são contraditórios ou inconclusivos, e o processo parece ser indiferente à nossa dor. Tendo em vista essas alegações, me dirijo ao júri e a todos os interessados no desdobramento do caso, pergunto então: por que o caso não ser tratado de modo diferente? Já consideraram todas as penas possíveis, as piores para fazer jus ao pior caso de assassinato que já tive notícia? Por que não ser tratado como latrocínio? O carro foi depenado e queimado e, como se não fosse o suficiente, a desalmada da Marília permaneceu por semanas com o celular dele, vivendo sua vida como se não tivesse liquidado a do meu filho. Quem mais está envolvido nessa história? Por que algumas autoridades continuam sem se pronunciar para clarear melhor as respostas? Algo precisa ser feito! A impunidade de Marília degrada minha família inteira a cada dia em que ela continua vivendo enquanto não posso falar o mesmo do meu único filho homem. As alegações dela para ter cometido esse crime nefasto não justificam suas ações e são, muitas vezes, contraditórios, claramente ela não quer ou não pode revelar tudo o que sabe.

 A única certeza que nos resta é a seguinte: Pedro Neto nunca retornará, nunca seremos restituídos à altura do que aconteceu. O abandono sofrido pelo meu filho ainda me tira o sono, minha paz nunca será reconstituída, nem a dos familiares de Pedro. Essas considerações são feitas pelo que pude apurar das escassas informações reveladas pela perícia e pela convivência com meu filho, um homem íntegro e que nunca demonstrou comportamento violento, incapaz de fazer mal a um ser humano que seja, que sempre espalhou bondade. O objetivo dessa carta aberta à imprensa é clarear a compreensão do crime que acometeu meu filho e pedir que Marília sofra as piores coisas, dignas da insensibilidade e da apatia com que Marília matou um pai de família.

Atenciosamente,

Marta Lúcia Vieira Magalhães.

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