Um padre foi acusado de praticar intolerância religiosa durante uma missa celebrada no último domingo (27), em Areial, no Agreste da Paraíba, ao comentar a morte da cantora Preta Gil, falecida no último dia 20 de julho.
O comentário do padre Danilo César, da Paróquia Matriz de São José, que faz parte da Arquidiocese de Campina Grande, ganhou grande repercussão nas redes socias nesta segunda-feira (28).
Danilo César questionou a declaração de Gilberto Gil, pai da cantora, que revelou ter feito oração aos orixás, entidades sagradas das religiões Umbanda e Candomblé, de matriz afro-indígena.
O padre questionou o ‘poder’ das entidades, que não ‘ressuscitaram’ Preta, que foi cremada em um cemitério do Rio de Janeiro.
“Gilberto Gil fez uma oração aos orixás. Cadê o poder desses orixás que não ressuscitou Preta Gil? Já enterraram (Preta)”, questionou o padre.
Danilo César ainda comentou o suposto fato de alguns católicos orarem para os orixás, o que chamou de “forças ocultas”. Na mesma declaração, Danilo ainda revela seu desejo de querer que “o diabo viesse e levasse” esses católicos.
“E tem gente católica que pede a essas forças ocultas, eu só queria que o diabo viesse e levasse. No dia que ele levar e no outro quando você acordar já com calor do inferno, você não vai saber o que fazer”, declarou Danilo César.
O religioso ainda chama os orixás de “entidades desconhecidas que tem vários nomes” e diz aos católicos que oram pelas entidades religiosas que, se continuarem, “vai dar bem certinho para o seu rabinho”.
“Deixe essa vida não, para você ver o que vai acontecer com você. A conta que a besta fera cobra é bem baratinha. São entidades desconhecidas que tem vários nomes. Fique lutando com essas coisas, que vai dar bem certinho para o seu rabinho. Estou logo dizendo, a verdade é essa, abra o olho e não venha depois com a cara lisa comungar não, que é mesmo que engolir uma brasa”, disse o religioso.
O vídeo em que o padre faz as declarações foi transmitido ao vivo no canal do YouTube da Paróquia, mas o conteúdo foi retirado do ar.
Até a publicação desta matéria, a Arquidiocese de Campina Grande, responsável pela Paróquia de Areial, não se pronunciou sobre o caso.
Uma associação de religiões de matriz afro-indígena acusou o padre de praticar racismo religioso. Uma denúncia foi formalizada na delegacia de Polícia Civil de Campina Grande, nesta terça-feira (29).
O presidente da Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza, Rafael Generino, declarou que vai formalizar a denúncia também no Ministério Público da Paraíba (MPPB).
Diversas outras associações emitiram notas de repúdio contra as falas do padre, como a Raízes e Gira. Leia abaixo: