Mais da metade da população brasileira é católica. A informação consta no Censo 2022 e foi divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. O número caiu em relação a 2010, mas a redução foi mais tímida. A pesquisa relevou que 56,7% da população são fiéis à Igreja Católica. Em 2010, essa parcela era de 65%. Em 1970, quase 90% dos brasileiros eram católicos.
O número de evangélicos continua crescendo, mas desacelerou em relação ao último levantamento. Segundo a pesquisa, os evangélicos correspondem a 26,9% da população brasileira, um crescimento de 5,2 pontos percentuais em relação a 2010. No levantamento anterior, 21,6% dos brasileiros afirmaram seguir a religião - um aumento de 6,5 pontos percentuais na comparação com o ano 2000.
A analista do IBGE responsável pela pesquisa, Maria Goreth, disse que a flexibilização de algumas religiões tem levado parte da população a retornar para o catolicismo por considerá-la uma religião com rituais mais tradicionais.
"Você tem na sociedade uma flexibilização dos valores ético-morais que acaba trazendo um pouco de angústia e de ansiedade. Segundo as pesquisas, um retorno a uma coisa mais sólida, como uma religião mais histórica, com rituais mais consagrados, aquele ritual que as igrejas evangélicas, principalmente as neopentecostais, não têm muito. Você faz com que essas pessoas queiram esse ritual, essa liturgia, esse processo todo, litúrgico que tem dentro de igrejas mais conservadoras."
Transformação da fé no Brasil. — Foto: CBN
Os dados também indicam uma pequena queda na religião espírita (0,3 p.p) e um aumento nas religiões afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé, que saíram de 0,3% em 2010, para 1%, em 2022. Já o contingente que se declarou sem religião chegou a 9,3%. Em 2010, o número correspondia a 7,9% dos declarantes.
Em todas as regiões, os católicos são maioria. No Nordeste e no Sul, o catolicismo corresponde a dois terços da população. Já os evangélicos têm uma maior presença no Norte e no Centro-Oeste. A maior proporção de espíritas está no Sudeste.
Em 2022, o catolicismo predominou em todas as categorias de cor ou raça. Das pessoas que se declararam brancas, 60% se identificavam como católicas e 23,5% se identificavam como evangélicas. Já entre os pretos, a religião católica foi a escolha de 49% e a evangélica, de 30%.
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