“O bolsonarismo é o grande responsável pela desaceleração no crescimento do número de evangélicos no Brasil.” A declaração, direta e sem rodeios, é do pastor Aluízio Silva, líder da Igreja Videira e integrante do Conselho de Pastores de Goiânia, que reúne alguns dos principais líderes evangélicos. O alerta, feito durante uma reunião de liderança no dia 9 de junho, na Arena Videira, veio com um diagnóstico incisivo sobre o impacto da mistura entre fé e política nos últimos anos: “Isso é distração do maligno”, disse o pastor.
Em sua fala, Aluízio apontou que, ao abraçar o bolsonarismo de forma explícita, muitas lideranças evangélicas acabaram transformando o púlpito em palanque político, afastando pessoas que buscavam apenas uma experiência de fé, independente de alinhamentos ideológicos. “Quando os pastores no púlpito resolveram assumir politicamente algo, fecharam a porta da igreja para um montão de gente. Não pessoas de esquerda, mas pessoas que não querem se identificar com um segmento”, afirmou.
O discurso veio na esteira da divulgação dos dados do Censo Demográfico 2022, realizado pelo IBGE. Segundo o levantamento, os evangélicos seguem em crescimento e já representam 31% da população brasileira, mas o ritmo de expansão desacelerou de forma significativa nos últimos anos. Antes da pandemia, a previsão era que a população evangélica superasse os 50% até 2032. Agora, esse cenário parece mais distante.
Para o pastor, o fenômeno é claro: a politização dos púlpitos desvirtuou a missão central das igrejas. “Isso é distração do maligno. Tenham muito cuidado com isso”, alertou, reforçando que a prioridade deve ser a centralidade em Cristo e no Evangelho. Ele também deixou uma mensagem de esperança para o futuro: “Nos próximos anos vamos crescer como nunca crescemos antes. Vamos avançar como nunca avançamos antes. Por quê? Porque centralizamos o Cristo! Centralizamos o Evangelho!”.
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