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Confissões de Jereissati deram ao PT os argumentos para a narrativa do golpe

Por Jornal da Paraíba    Sábado, 15 de Setembro de 2018


O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, usou a entrevista ao Jornal Nacional, nesta sexta-feira (14), para admitir erros do governo Dilma Rousseff (PT). Admitiu equívocos na condução econômica, mas relatou que a situação da crise foi agravada por uma sabotagem encampada pelos tucanos, descontentes com a derrota nas urnas, em 2014. O discurso de golpe permeia as declarações petistas desde que a ex-presidente foi apeada do poder, em 2016. Só que antes, este era o discurso apenas dos derrotados. Agora, porém, a tese ganhou um reforço de luxo: o do ex-presidente nacional do PSDB e presidente do Instituto Teotônio Vilela, Tasso Jereissati. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, nesta semana, ele admitiu “erros memoráveis” cometidos pelos tucanos. Todos para derrubar Dilma.

O primeiro dos erros narrados pelo tucano diz respeito à contestação das eleições. “O partido cometeu um conjunto de erros memoráveis. O primeiro foi questionar o resultado eleitoral. Começou no dia seguinte (à eleição). Não é da nossa história e do nosso perfil. Não questionamos as instituições, respeitamos a democracia. O segundo erro foi votar contra princípios básicos nossos, sobretudo na economia, só para ser contra o PT. Mas o grande erro, e boa parte do PSDB se opôs a isso, foi entrar no governo Temer. Foi a gota d’água, junto com os problemas do Aécio (Neves). Fomos engolidos pela tentação do poder”, ressaltou Jereissati na entrevista concedida ao Estadão.

Na entrevista, o cacique tucano também encontra no ocaso político do senador Aécio Neves (PSDB) os mesmos ingredientes para a momentânea ruína tucana. Questionado sobre o impacto das denúncias de corrupção que pesam contra o colega de partido, ele admite o prejuízo. Aécio é denunciado, entre outras coisas, por ter recebido supostamente R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, da JBS, em uma mala. “Altíssimo. Esse episódio simboliza todo esse desgaste que tivemos. Desde o dia seguinte à eleição da Dilma, quando fomos questionar o resultado, o símbolo mais eloquente para a população foi o episódio do Aécio. Ele deveria ter se afastado logo da presidência do PSDB”, ressaltou.

Com base na narrativa de Jereissati, durante entrevista ao Jornal Nacional, Fernando Haddad lembrou as pautas bombas bancadas pelo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ). Elas ajudaram a derrubar, por exemplo, o Fator Previdenciário, criado pelos tucanos para conter o déficit da Previdência. Várias outras matérias votadas resultaram em gastos extras para o Executivo, aprofundando a crise. Depois de tudo, com a ascensão do governo Temer, o grande erro enxergado pelo ex-presidente do PSDB foi integrar o governo Temer. O partido, no meio disso, acabou amargando a pecha de governista e continuidade do atual governo. Talvez por conta disso, mesmo com muito tempo no guia eleitoral, o candidato tucano, Geraldo Alckmin, não consegue decolar rumo ao Planalto.

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