Em junho passado o "Estadão" mostrou com exclusividade que uma "liga" de TVs católicas havia iniciado um movimento para oferecer apoio ao presidente Jair Bolsonaro. À frente dessa "liga" estava a Rede Vida, maior TV católica do país e a quarta maior rede do país.
Relacionadas Xuxa tem até sexta para dizer se fica ou não na Record Após 20 anos, Leila Cordeiro volta ao vídeo e à televisão Canais Telecine abrem amanhã sinal para toda a TV paga Seu presidente, João Monteiro de Barros, chegou a declarar que Bolsonaro era "a grande esperança" e cobrou "investimentos" do governo (leia-se gastos publicitários) em sua emissora.
Foi oferecido apoio em uma "live" com Bolsonaro, e que contou com a participação da Vida e um punhado de outras emissoras católicas. Não foi uma tática coletiva das TVs católicas, porém. A TV Aparecida, por exemplo, não endossou e tampouco participou da manobra.
Os midiáticos se deram mal duas vezes: primeiro foram desautorizados por lideranças da própria Igreja Católica a falar em nome dela; a manobra caiu mal junto aos próprios fiéis. Além disso a iniciativa não vingou dentro do próprio governo, pois foi bombardeada por parlamentares da bancada evangélica no Congresso. Líderes evangélicos (muito ouvidos por Bolsonaro) também passaram a atacar a proposta. Lembraram que, historicamente, essas emissoras apoiaram os petistas, entre outras coisas.
Monteiro de Barros e outros daquele grupo acabaram entendendo que do governo do "terrivelmente evangélico" Bolsonaro não deve sair nada, então eles passaram a planejar o próprio futuro. Barros, com o apoio de Walfrido dos Mares Guia, ex-ministro dos governos Lula, tem se reunido com lideranças petistas e do PSDB nas últimas semanas.
Seu objetivo? Ampliar não só a Rede Vida, mas também a Rede Vida Educação —emissora dedicada ao ensino a distância (pela TV). O único problema é que tanto PT como PSDB estão fora do poder e hoje têm pouca influência no sentido de obter os "investimentos" que ele tanto precisa. Trata-se de mais um "plot twist" (reviravolta) na política —e na televisão— brasileira.
Nesse caso, parece que causado por desespero.
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