A Suprema Corte iniciou nesta segunda (19) uma nova fase da investigação sobre a tentativa de golpe comandada por Jair Bolsonaro após sua derrota eleitoral. O destaque do dia foi o depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que afirmou ter rejeitado o plano golpista e ameaçado prender Bolsonaro caso ele insistisse em romper com a ordem democrática.
Segundo o general, Bolsonaro tentou usar mecanismos constitucionais como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa e Estado de Sítio para sustentar sua aventura golpista. Freire Gomes relatou à Polícia Federal que não apenas se recusou a participar da trama, como alertou o então presidente sobre as consequências legais.
Além dele, outros nomes centrais também foram ouvidos nesta segunda-feira, como o ex-diretor da PRF Adiel Alcântara, o ex-servidor do Ministério da Justiça Clebson Vieira e Éder Magalhães Balbino, ligado à empresa contratada pelo PL para "fiscalizar" as eleições.
Ao todo, 81 testemunhas estão sendo convocadas para esclarecer o nível de articulação da tentativa de golpe, incluindo nomes da alta cúpula militar e aliados próximos de Bolsonaro, como Braga Netto, Anderson Torres, Augusto Heleno e Mauro Cid, além de políticos como Eduardo Pazuello, Tarcísio de Freitas e Ciro Nogueira.
O Supremo quer apurar não só a autoria, mas o alcance do plano golpista que visava abolir violentamente o Estado Democrático de Direito. Bolsonaro já foi denunciado pela PGR, junto com outros 33 investigados, por crimes gravíssimos, entre eles organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.
Com informações da Sputnik
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