A ascensão da médica Perla Gadelha (Republicanos) a uma cadeira da Câmara Municipal de Patos se tornou em um verdadeiro embate interno dentro do Republicanos e um problema a mais para o prefeito Nabor Wanderley resolver.

A celeuma gira em torno daquele que poderia ser a solução para o prefeito contemplar mais um suplente, mas que até agora não vingou por um embate interno dentro da Casa Juvenal Lúcio de Sousa.

O vereador Decilanio Cândido da Silva, mais conhecido por Décio Motos (Republicanos), protocolou na Câmara Municipal de Patos, na manhã da última quinta-feira (02), o pedido de licença de 120 dias, sem remuneração, para tratar de interesse particular.

No entanto, a presidente Tide Eduardo que tem a prerrogativa discricionária de conceder ou não a licença, negou o pedido nos moldes requeridos pelo vereador Décio Motos.

O vereador alega questões de ordem pessoal para a licença e se apoia na resolução 001/2000, capítulo III, artigo 18, do Regimento Interno que prevê a possibilidade de o vereador licenciar-se, sem remuneração, no prazo não superior a 120 dias em cada sessão legislativa.

Com a licença de Décio, a vaga deveria ser preenchida pela segunda suplente do Republicanos, a médica Perla Gadelha, que sufragou 949 votos em 2024.

Ocorre que na visão da presidente que teria consultado o setor jurídico, esse tipo de licença não gera a posse da suplente, mas sim uma vacância no cargo até o retorno do titular.

O fato gerou total descontentamento de vários lados e um racha no partido do prefeito que hoje tem 8 parlamentares na Casa.

Sem poder completar seu intento de dá vaga a Perla, o vereador Décio usou a tribuna nesta terça-feira para não só lamentar a situação, como também criticar a atitude da presidente.

Em sua fala, Tide Eduardo esclareceu: “A justificativa de afastamento do titular foi para tratar de questões pessoais e por um período inferior a 120 dias e, nesse caso, a Lei Orgânica e o Regimento Interno impedem que o suplente assuma”.

De acordo com Tide, o pedido do parlamentar foi analisado pela Procuradoria Jurídica da Câmara, que emitiu parecer favorável à licença sem remuneração, mas ressaltou que, por se tratar de afastamento de até 120 dias, não se configuraria vacância do cargo e, consequentemente, a suplente não poderia ser convocada para posse.

“O vereador protocolou um pedido de licença inferior a 120 dias, por questões pessoais, e esse tipo de licença é um direito do parlamentar, mas não gera convocação de suplente. Comunicamos isso ao vereador e, após ser informado, ele desistiu da licença. O pedido foi arquivado conforme prevê a legislação”, explicou Tide Eduardo.

O prefeito Nabor Wanderley vem promovendo um rodízio na sua base com vereadores do Republicanos e PSB dando vaga a suplentes na Câmara Municipal de Patos.

Galeguinho da Van assumiu a vaga de Sales Júnior que se tornou chefe de gabinete. Willame Lucena (da Farmácia) se tornou secretário de Agricultura do Município e abriu vaga para Nêga Fofa, enquanto Marco César se tornou secretário de Articulação Política e abriu vaga para Samuel Pinto.

A saída de Décio Motos foi feita em comum acordo com o prefeito, porém, o embate dentro do partido o impede de prosseguir com tal movimentação.

Décio disse que a não concessão é apenas por caprichos políticos e lamentou que esta seja a forma da presidente agradecer a ele por ter votado três vezes nela para presidência da Casa

Décio revelou na sessão que já protocolou novo requerimento e o pedido foi arquivado novamente pela presidente.

O burburinho é geral não só dentro do partido como fora dele e o caso pode ir parar novamente na mesa do prefeito que fez a articulação por meio do líder do governo Maikon Minervino que é pré-candidato a presidência da Mesa Diretora no próximo biênio e adversário do grupo da atual presidente Tide.

A licença de Décio é diferente da qual pretende pedir nos próximos dias o vereador Josmá Oliveira que se afastará por motivos de saúde para realização de uma cirurgia e dará vaga a seu suplente imediato o Sargento Patrian Junior. Neste caso a licença é de 121 dias e com direito a remuneração do titular.