O vereador Samuel Pinto (PSB) aproveitou a sessão ordinária da Câmara Municipal de Patos, desta quinta-feira (4), aquela que pode ter sido a última da carreira política do vereador cassado pela Justiça Eleitoral no mesmo dia, Josmá Oliveira, para atacá-lo sem dó nem piedade.

Samuel Pinto usou a tribuna onde nomeou o colega Josmá como “inelegível” e “ficha suja”, citando a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que cassou por unanimidade ontem o seu mandato.

O parlamentar foi mais além e afirmou que havia uma “vaga aberta de oposição” na Câmara com a iminente saída de Josmá que ficará inelegível por oito anos após a Corte Eleitoral Regional decidir que houve fraude na cota de gênero na chapa do MDB nas eleições municipais de 2024.

Além disso, Pinto acusou vereadores de agirem por interesses pessoais ligados à disputa pela presidência da Casa, saindo em defesa da presidente Tide, alegando que ela foi alvo de falas ofensivas na sessão da terça (2) e que houve quebra de decoro parlamentar.

"O que ando vendo aqui é de fazer o sangue ferver de verdade. Eu tô cansado. Eu preciso marcar com esse parlamento com moral aqui, que tá na hora. Eu vou tá ensinando a ser situação nessa casa? Não preciso tá ensinando a vereador nenhum aqui não", afirmou.

Vereadores reagem e acusam Samuel de postura agressiva

Tão logo Samuel Pinto terminou o seu discurso, a reação dos colegas foi imediata. O vereador Rafael Policial (União) contestou a postura do colega, questionando sua “moral” para impor ordem e destacando que a solidariedade a Josmá não significa rompimento com a base do prefeito Nabor.

Já o vereador David Maia afirmou que foi citado indevidamente, defendendo sua trajetória política e dizendo que conquistou seu mandato pelo voto popular, sem depender de bajulação.

O vereador Ítalo Gomes, mesmo tendo sido alvo de denúncia feita por Josmá no passado, declarou solidariedade ao oposicionista e afirmou que o prefeito Nabor sempre manteve uma relação respeitosa com ele.

O vereador Júnior Contigo criticou a postura que classificou como “áspera e agressiva” de Samuel e alertou que ele também possui “telhado de vidro”.

Décio Motos também discordou da fala apresentada por Samuel: "Nunca fui desrespeitoso com você. Jamais ia ter um coração tão maldoso do jeito que está tendo. Quero pedir desculpas em nome de um amigo que tenho, Cicinho Lima. Ele não merece passar essa vergonha. Sei que tem o esforço dele ao tamanho de colocar o irmão aqui nesta Casa, que tudo na política é articulação. Tinha uma grande admiração pelo amigo Samuel Pinto, mas confesso que comecei a perder, a partir deste momento".

Já o vereador Maikon Minervino pediu desculpas à presidente Tide por excessos em discussões anteriores, e afirmou ao se dirigir a Samuel:

"Para entrarmos no cinema, temos que comprar o ingresso. Para entrarmos no jogo, temos que jogar com a bola. E para entrar nesta Casa Legislativa é com o voto. Deixo para ele essa reflexão. [...] E quando alguém chega nesta tribuna e fala que mulheres foram agredidas, a gente volta para o passado. Vamos ver quem foi parar na delegacia agredindo mulheres numa campanha eleitoral", disse.