Ministério da Justiça demite Ramagem e Anderson Torres da Polícia Federal, condenados por tentativa de golpe
Por G1 Quarta-Feira, 3 de Dezembro de 2025
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, assinou nesta quarta-feira (3) portarias que desconstituem o vínculo de Alexandre Ramagem e Anderson Torres com a Polícia Federal. O efeito prático das portarias é a demissão de ambos.
As portarias serão publicadas no "Diário Oficial da União" desta quinta-feira (4).
As medidas atendem a determinações do Supremo Tribunal Federal, que condenou Ramagem e Torres por tentativa de golpe e ordenou a perda dos cargos dos dois na PF.
A TV Globo apurou que há processos administrativos disciplinares (PADs) em andamento contra os dois. Os procedimentos continuarão a correr, apesar dos desligamentos de Ramagem e Torres.
Ramagem é deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro e foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na gestão Jair Bolsonaro.
Já Anderson Torres foi ministro da Justiça no governo passado e era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em janeiro de 2023, mês dos atos golpistas em Brasília.
Condenações
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Alexandre Ramagem durante interrogatório no STF — Foto: Gustavo Moreno/STF
Em setembro, a Primeira Turma do STF condenou Ramagem a 16 anos de prisão por participação na trama golpista.
Para a Corte, Ramagem usou a estrutura da Abin para vigiar adversários políticos e reforçar ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral. Atualmente, ele está nos Estados Unidos, para onde fugiu no mês do julgamento.
A Primeira Turma também condenou Anderson Torres a 24 anos de prisão. Para os ministros, Torres participou de articulações golpistas e colaborou com a organização criminosa.
Em sua casa, a PF apreendeu a minuta de um decreto de estado de defesa, que segundo a PGR seria prova da conspiração.
Atualmente, Torres está preso no prédio do 19º Batalhão de Polícia Militar do DF, no Complexo Penitenciário da Papuda – apelidado de "Papudinha".
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Anderson Torres durante segundo dia de interrogatórios no núcleo crucial da trama golpista na Primeira Turma do STF — Foto: Evaristo Sá/AFP