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Entenda operação que investiga relação entre grupo criminoso e secretarias de João Pessoa

Por Jornal da Paraíba    Sábado, 4 de Maio de 2024


A Operação Mandare, realizada nesta sexta-feira (3), mirou um possível relação entre um grupo criminoso com secretarias da Prefeitura de João PessoaDe acordo com a Polícia Federal, o grupo estava articulando a obtenção de vantagens, como cargos públicos, em órgãos como as secretarias municipais de Saúde e de Direitos Humanos e Cidadania de João Pessoa e a Empresa de Limpeza Urbana (Emlur).

A reportagem explica abaixo como a investigação começou, quem são os alvos e o que a prefeitura diz sobre a operação. Confira os detalhes.

Órgãos públicos e facções criminosas

De acordo com a Polícia Federal, um integrante da facção criminosa conhecida como ‘Nova Okaida’, que tem posição de liderança na organização, identificado como Jossênio Silva dos Santos, articulou a obtenção de cargos em órgãos públicos em troca de conceder apoio à entrada de agentes municipais em comunidades controladas ou que sofrem influência do crime organizado.

As informações que desdobraram na operação foram conseguidas pela polícia a partir da quebra do sigilo telefônico e telemático do integrante da organização criminosa. O celular do suspeito foi apreendido em uma inspeção de rotina no local em que ele está preso, a Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, conhecido como PB1.

No celular, havia imagens, vídeos, diálogos e áudios que, segundo a PF, indicam a prática de tráfico interestadual de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Segundo a investigação, o preso responde a vários processos, entre eles o de matar uma mulher que segurava um bebê nos braços, enquanto outras quatro crianças olhavam.

Alvos da operação

Entenda operação que investiga relação entre grupo criminoso e secretarias de João Pessoa
Foto: arquivo pessoal

Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em João Pessoa, Conde, Campina Grande, Cabedelo e Rio de Janeiro. Entre os locais alvos dos mandados estava incluído as celas do presídio de segurança máxima PB1, secretarias de Saúde e Direitos Humanos e Cidadania e Emlur, três em Cabedelo, dois em Rio Tinto, uma em Conde e uma em Campina Grande, na casa de uma mulher que é apontada como a operadora financeira do grupo criminoso.

Mandados de prisão também foram cumpridos durante a operação da PF. Ao todo, foram sete mandados de prisão preventiva. Contas bancárias também foram bloqueadas pelo órgão.

Um dos alvos confirmados é a secretária executiva de Saúde de João Pessoa, Janine Lucena, que é filha do prefeito Cícero Lucena. Dois dos mandados e busca e apreensão na operação tinham Janine como alvo.

Uma delas foi no gabinete de Janine, na Secretaria Municipal de Saúde; e a outra foi na residência dela, localizada no bairro de Intermares, em Cabedelo.

Outro alvo da PF foi a ex-servidora da Empresa de Limpeza Urbana de João Pessoa (Emlur), Aline da Silva dos Santos. De acordo com a direção do órgão municipal, a investigada não trabalha mais no local e responde a processo administrativo.

A Polícia Federal também cumpriu mandados na Secretaria de Direitos Humanos e na casa da servidora da pasta, Patrícia Silva dos Santos.

Segundo apuração do blog Pleno Poder, os demais alvos foram  Gabriel da Silva Lucena, Fabiano Bastos da Silva, Otávio Nascimento da Silva, Orlando Nascimento da Silva, Rosane Campelo Pessoa, Raiza dos Santos Lourenço e Flávia Nascimento dos Santos.

Prefeitura vai apurar responsabilidade de servidores

Mutirão de negociação repartições municipais

Foto: Divulgação

Em nota, a prefeitura de João Pessoa afirmou que se colocou à disposição para cooperar com as investigações da Polícia Federal. Além disso, o órgão disse também que “condena veementemente qualquer tipo de ato ilícito”. Também foi informado que foi determinado procedimento administrativo para apurar a responsabilidade dos servidores citados na investigação.

O prefeito da capital, Cícero Lucena, pai da investigada Janine Lucena, em entrevista à TV Cabo Branco, disse que o mandado foi expedido por existir uma ligação de um presídio para o telefone da filha dele. “Ela é uma mulher pública, se você ligar ela lhe atende. Mais do que isso, não existe nada”.

Sobre a operação, Cícero disse que apoia a ação da Polícia Federal. “Eu quero, inclusive, que a polícia apure se eventualmente existir servidores no município, entre esses 27 mil, que tenham alguma culpa, serão responsabilizados”.

O prefeito também determinou a Procuradoria-geral do Municipal que abra um procedimento administrativo para apurar a responsabilidade dos servidores citados na investigação.

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