
O grupo de extermínio alvo da operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (28) utilizava drones e prostitutas como instrumentos de espionagem.
A investigação, autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), teve como ponto de partida o assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto a tiros em Mato Grosso.
Zampieri é considerado peça central no inquérito. Em seu celular, os investigadores encontraram registros de negociações envolvendo a venda de sentenças judiciais, com menções a juízes de diversos tribunais país afora e até a gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A PF cumpre cinco mandados de prisão nesta fase da operação. Os alvos são integrantes da agência de “espionagem e extermínio”, formada por militares da ativa e da reserva, além de civis.
De acordo com a apuração, o grupo mantinha uma tabela de preços de espionagem conforme o perfil do alvo:
Esta é a sétima fase da operação que apura o suposto esquema de venda de decisões judiciais nos tribunais de Mato Grosso e no STJ. Foi durante as investigações do esquema que a organização criminosa voltada para a prática de homicídios por encomenda e monitoramento ilegal foi descoberta.
O grupo se autodenominava "Comando C4", sigla para "Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos".
O nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é mencionado nas anotações do grupo como sendo um alvo de interesse.
De acordo com os investigadores que acompanham o caso, Pacheco estava "na mira" do grupo, mas só a análise completa do material vai delinear, explicam os que acompanham o caso, qual a magnitude do monitoramento e o motivo.
Em nota, Pacheco disse externar repúdio e que espera que a lei prevaleça:
“Externo meu repúdio em razão da gravidade que representa à democracia a intimidação a autoridades no Brasil, com a descoberta de um grupo criminoso, conforme investigação da Polícia Federal, que espiona, ameaça e constrange, como se o país fosse uma terra sem leis. Que as autoridades competentes façam prevalecer a lei, a ordem e a competente investigação sobre esse fato estarrecedor trazido à luz.”
Armas apreendidas em MG com alvos da operação Sisamnes — Foto: PF/Reprodução
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