A Paraíba registrou, em 2024, uma taxa de 25,6 mortes violentas intencionais (MVI) por 100 mil habitantes, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025. O estado ficou em 11º com maior índice de violência letal no país, em um cenário preocupante para o Nordeste, que segue como a região mais violenta do Brasil. Mesmo assim, foi uma queda em relação ao ano anterior, quando o estado registrou taxa de 26,9 mortes por 100 mil pessoas.
A taxa nacional apresentou queda. O Brasil teve 44.127 mortes violentas intencionais no ano passado, o que representa uma taxa de 20,8 por 100 mil habitantes, uma redução de 5,4% em comparação com 2023 (21,9 por 100 mil). Trata-se da menor taxa de MVI desde 2012.
No recorte histórico, em 2012 a taxa era de 27,7 por 100 mil habitantes. O índice cresceu até 2017, quando atingiu seu pico: 31,2 mortes por 100 mil e mais de 64 mil vítimas em um único ano.
A escalada de violência da época foi atribuída ao confronto entre as facções PCC e Comando Vermelho, que ultrapassou os presídios e espalhou-se especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Em 2017, o Nordeste registrou 49,0 por 100 mil, enquanto, em 2018, a região Norte alcançou 45,4 por 100 mil.
O Amapá liderou o ranking nacional, com uma taxa de 45,1 mortes por 100 mil habitantes, seguido por:
Bahia – 40,6
Ceará – 37,5
Pernambuco – 36,2
Alagoas – 35,4
Maranhão – 30,4
Mato Grosso – 29,8
Pará – 29,5
Amazonas – 27,4
Rondônia – 26,1
Paraíba – 25,6
Apesar da liderança negativa, o Amapá foi também o estado que mais reduziu a violência letal em 2024, com queda de 30,6%. Outros estados com quedas significativas foram:
Tocantins ( -27,9%)
Roraima ( -27,1%)
Sergipe ( -24,5%)
Rio Grande do Norte ( -20,3%)
Apenas quatro estados apresentaram crescimento nas taxas de MVI:
Maranhão, aumento de 12,1%
Ceará – 10,9%
São Paulo – 7,5%
Minas Gerais – 5,0%
Santa Catarina manteve estabilidade, e os demais 22 estados registraram queda.
O aumento no Maranhão foi puxado por homicídios dolosos, latrocínios e mortes por intervenção policial. No Ceará, houve crescimento em todos os indicadores de MVI. Em São Paulo, o avanço da violência se deu principalmente pelos latrocínios, mortes de policiais e intervenções policiais. Já em Minas, o crescimento se concentrou nos homicídios dolosos e também nas mortes causadas por ações policiais.
Apesar do crescimento em São Paulo e Minas, os dois estados permanecem entre os menos violentos do país:
São Paulo – 8,2 por 100 mil
Santa Catarina – 8,5
Distrito Federal – 8,9
Rio Grande do Sul – 15,0
Minas Gerais – 15,1
As regiões Sul e Sudeste mantêm os menores índices, enquanto o Nordeste (33,8 por 100 mil) e o Norte (27,7 por 100 mil) seguem como as mais afetadas pela violência letal no país.
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