TCE identifica irregularidades em 20 maternidades públicas da Paraíba
Por Angélica Nunes e Laerte Cerqueira - JP online Quarta-Feira, 12 de Novembro de 2025
O Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB) divulgou, nesta quarta-feira (12), os primeiros resultados da segunda auditoria coordenada em maternidades públicas, realizada em 20 unidades hospitalares do estado.
A ação avaliou desde a infraestrutura e biossegurança até a conformidade legal e a qualidade da assistência materno-infantil em 14 maternidades estaduais e seis municipais.
Durante a fiscalização, realizada nesta terça-feira (11), foram analisados 65 itens em cada unidade, abrangendo aspectos estruturais, equipamentos, controle de infecção hospitalar, gestão de resíduos, corpo clínico e governança hospitalar.
Principais resultados
Dos 20 hospitais visitados, 18 estão em funcionamento, um passa por obras (Hospital Distrital de Itaporanga Dr. José Gomes da Silva) e outro segue interditado pelo Conselho Regional de Medicina (Hospital Materno Infantil João Marsicano, em Bayeux).
Entre os dados levantados, o TCE-PB chegou aos seguintes resultados:
- 15 maternidades dispõem de 91 leitos de UTI adulto
- 74 unidades dispõe de UTI neonatal
- 16 unidades possuem ambulâncias próprias
- Todas contam com gerador elétrico e sala de acolhimento da parturiente
- Nenhuma das unidades possui sistema de detecção e combate a incêndio
- 13 não têm laudo do Corpo de Bombeiros
- 12 unidades têm lavanderia própria
- Em todas as maternidades os recém-nascidos são identificados com pulseiras
- Apenas uma unidade (em Cajazeiras) apresentava superlotação no momento da visita.

divulgação/TCE-PB
Evolução em relação a 2024
Apesar dos riscos estruturais, a auditoria observou avanços na gestão hospitalar. O comparativo de desempenho mostrou que nove unidades melhoraram o índice de conformidade em relação à auditoria anterior, realizada em 2024.
O índice médio de conformidade das unidades foi de 73,08 pontos, superando a avaliação anterior de 2024. O melhor desempenho foi do Hospital Regional de Sousa (92,31 pontos), enquanto o menor ficou com o Hospital Municipal de Princesa Isabel (51,92).
Falhas que precisam de correção
Mesmo com a melhora geral, a equipe técnica do TCE apontou falhas que ainda exigem correção:
- cinco unidades não têm comissões de óbitos maternos, fetais e neonatais;
- outras cinco descartam resíduos de forma incorreta;
- apenas quatro estão licenciadas pela vigilância sanitária.
- Em duas maternidades, não havia obstetra ou anestesista de plantão no momento da inspeção.
O presidente do TCE-PB, conselheiro Fábio Nogueira, ressaltou que as auditorias coordenadas reforçam o papel pedagógico e preventivo do Tribunal, ao promover o controle responsável e o aperfeiçoamento das políticas públicas de saúde. “A Auditoria Coordenada integra o esforço do Tribunal para fortalecer o controle preventivo e a transparência na gestão pública, com foco na segurança da gestante e do recém-nascido e na melhoria da qualidade dos serviços de saúde ofertados à população paraibana”, destacou.
Próximas ações
De acordo com o presidente do TCE-PB, as informações coletadas subsidiarão a emissão de relatórios de acompanhamento dirigidos à Secretaria de Estado da Saúde e às seis prefeituras municipais responsáveis pelas unidades inspecionadas. O TCE-PB também deve emitir alertas e recomendações específicas para correção das inconformidades.
Confira AQUI o relatório na íntegra