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70% dos deputados federais são contra o fim da escala de trabalho 6x1

Por O Globo   Quarta-Feira, 2 de Julho de 2025

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira aponta o que pensam os deputados federais sobre políticas em discussão atualmente. Os dados mostram que a elevação da faixa de isenção de imposto de renda (IR), defendida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é a que conquista mais apoio — 88% dos parlamentares se posicionam a favor da mudança. Já o fim da escala de trabalho 6 por 1 e a exclusão das verbas do Judiciário do limite de gastos são as mais rechaçadas, com 70% dos membros da Câmara contrários às propostas.

Veja como se posicionaram os deputados:

Posicionamento dos deputados

Política A favor Contra NS/NR
Elevação da faixa de isenção de IR 88% 5% 7%
Exploração de petróleo da Amazônia 83% 10% 7%
Aumento das penas para roubos 76% 16% 8%
Fim da reeleição para o Executivo, e aumento dos mandatos 69% 20% 11%
Segunda parte da reforma tributária 63% 29% 8%
Proibição de apostas online por beneficiários de programas sociais 55% 38% 7%
Projeto de lei alternativo à anistia 54% 24% 22%
Nova política de ensino à distância 53% 35% 12%
Inclusão de verbas indenizatórias no teto constitucional 48% 38% 14%
Elevação da taxa de IR para os super-ricos 44% 46% 10%
PEC da segurança pública 42% 42% 16%
Projeto de lei dos supersalários 32% 53% 15%
Fim da escala 6 por 1 22% 70% 8%
Exclusão das verbas do Judiciário do limite de gastos 15% 70% 15%

Fonte: Genial/Quaest

A pesquisa foi realizada entre 07 de maio e 30 de junho com 203 deputados federais em exercício. Isso corresponde a 40% do número total de parlamentares e representa a divisão de partidos e regiões brasileiras. A margem de erro é de 4,5 pontos percentuais para mais e para menos.

Como mostrou o GLOBO, pressionado pelo Congresso e pela crise de popularidade, o governo pretende mudar o foco e usar a taxação dos ricos prevista na proposta de aumento de isenção do Imposto de Renda, o fim da jornada de trabalho 6 x 1 e o combate aos supersalários no funcionalismo como bandeiras da gestão. A ideia é buscar uma saída política para o presidente Lula e reforçar um caráter antissistema que possa render dividendos eleitorais.

A isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil é a principal pauta da agenda legislativa do Palácio do Planalto este ano. O objetivo é de que a novidade comece a valer em 2026, ano eleitoral. O governo assinou em março a proposta para isentar quem ganha até essa faixa por mês. Com o projeto, Lula cumpre uma promessa de campanha e tenta melhorar sua imagem junto à população em um momento em que a sua popularidade está no nível mais baixo de seus três governos.

Na semana passada, a ampliação da faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até dois salários mínimos foi aprovada pela Câmara. A mudança vai custar R$ 3,29 bilhões em impostos que não serão recolhidos neste ano para os cofres públicos, segundo o cálculos da gestão petista. Para 2026 e 2027, o impacto será de R$ 5,34 bilhões e R$ 5,73 bilhões, respectivamente. O texto vai ao Senado.

Um auxiliar do núcleo central do governo acredita que a luta pelo fim da escala 6 x 1 também passa a mensagem de que a gestão Lula está defendendo os mais pobres. Por isso, o governo deveria, em sua visão, assumir nos próximos meses protagonismo nesse debate. Em pronunciamento de rádio e TV no Dia do Trabalho, Lula já fez uma defesa da proposta.

— Nós vamos aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho vigente no país, em que o trabalhador e a trabalhadora passam seis dias no serviço e têm apenas um dia de descanso. A chamada jornada 6 por 1. Está na hora de o Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras — disse o presidente na ocasião.

Por enquanto, ainda não há uma estratégia de articulação no Congresso para que o projeto sobre o assunto avance. Em fevereiro, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou uma a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que coloca fim à escala de trabalho 6x1. A parlamentar já debateu o assunto com ministros, mas ainda não há uma estratégia do Planalto para viabilizar a tramitação do texto.

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