O torcedor que reclama das poucas finalizações do Flamengo não teve o que lamentar no sábado, na vitória por 5 a 1 sobre o Sport, na Arena de Pernambuco. O time de Filipe Luís aproveitou a expulsão de dois jogadores adversários e fez valer as superioridades numérica e técnica na goleada por 5 a 1, que o fez voltar à liderança do Campeonato Brasileiro.

Foram 35 finalizações do Flamengo contra apenas sete do Sport. O massacre, porém, demorou a ganhar forma. Até os 35 minutos do primeiro tempo, o Fla tinha finalizado sete vezes. O volume aumentou quando Matheus Alexandre foi expulso. Aos 42, o Sport também perdeu Ramon Menezes - ambos os jogadores foram punidos com dois cartões amarelos.

Com 12 desfalques, entre jogadores que estão com suas seleções e os lesionados, o Flamengo entrou em campo com muitas mudanças. A principal delas foi a entrada do jovem João Victor na zaga. Na frente, sem Arrascaeta e Carrascal, o treinador optou por escalar quatro atacantes - Luiz Araújo, Samuel Lino, Bruno Henrique e Wallace Yan. Uma escalação parecida com a do jogo contra o Atlético-MG, na volta das oitavas de final da Copa do Brasil.

No decorrer do jogo entraram Michael, Juninho, Cebolinha, Evertton Araújo e Douglas Telles. A utilização de jogadores que vinham tendo pouco espaço ajuda a fortalecer o elenco e criar chances de todos se sentirem importantes em momento chave da temporada.

Bruno Henrique e Wallace atuaram centralizados, com o camisa 27 buscando mais a bola no meio de campo para fazer a conexão entre os volantes e os atacantes. O Flamengo entrou em campo com rotação abaixo da de costume. Não impôs a tradicional pressão à saída de bola do Sport nem acelerou a conexão entre os setores defensivo e ofensivo.

Jogadores do Flamengo em jogo contra o Sport — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

A falta de senso de urgência pode ser traduzida pelo lance do gol do Sport, aos 14 minutos. Ayrton Lucas atravessou a bola na frente da área em passe que não saiu com tanta força, João Victor não se antecipou e foi pressionado pelo atacante Léo Pereira, que ficou com a bola e deu sequência ao lance. Royal teve a chance de impedir o chute de Pablo e boqueou a primeira tentativa, mas a bola voltou para o jogador do Sport abrir o placar. Uma série de erros individuais evitáveis.

O gol desestabilizou mais o Flamengo, que passou a errar passes simples, ceder contra-ataques e circular mal a bola. O time criou mais do que o Sport no momento do 11 contra 11, mas não a ponto de dominar o jogo, como era esperado contra um adversário moralmente rebaixado.

Quando Luiz Araújo passou a cair mais por dentro, em função que ele fez algumas vezes na temporada, a produção ofensiva do Flamengo melhorou. Foi o atacante que abriu caminho para a reação, com um chute colocado, de fora da área, aos 40 minutos.

Com a segunda expulsão no Sport, o jogo ficou condicionado e o contexto foi favorável para o Flamengo. O adversário não teria mais forças para tentar surpreender no contra-ataque. O segundo tempo foi de massacre carioca.

Uma mudança no segundo tempo foi fundamental para a virada do Flamengo. Cebolinha entrou aos 15 minutos e, no primeiro lance, acertou a trave. No rebote, Juninho virou o placar. O camisa 11 ainda participou do lance do terceiro gol, de Bruno Henrique, e deu assistência para o quinto, após linda jogada, fazendo fila na esquerda e cruzando para Douglas Telles fechar a goleada. Ayrton Lucas fez o quarto. Foi uma noite produtiva do ataque rubro-negro.

A vitória, além de levar o Flamengo de volta à liderança, foi importante para fortalecer o elenco. Uma oportunidade para jogadores que não são titulares - Ayrton, Cebolinha e Juninho - marcarem seu lugar no time e se sentirem úteis, criando também opções para Filipe Luís na reta final da temporada.

As opções surgem em bom momento, já que o Flamengo ainda terá desfalques para enfrentar o Fluminense na quarta-feira, às 21h30, no Maracanã.