Chuteiras na sacola, armário vazio e vida que segue. Paolo Guerrero tem nesta sexta-feira seu último dia como funcionário do Flamengo.
As idas mais recentes ao Ninho do Urubu não tiveram a companhia dos flashes e holofotes que marcaram sua passagem de três anos pelo clube. Dores causadas por um edema na coxa fecharam as cortinas vermelha e preta para o peruano antes do previsto.
Após reunião, Inter fecha contratação de Guerrero por três temporadas
Há 12 dias, idas ao departamento médico em período integral representaram o ato final de uma relação tão intensa quanto desgastada. Se fossem um casal, poderíamos dizer que Flamengo e Paolo se gostam, mas não se amam mais. Nenhum dos lados cedeu na negociação durante um ano conturbado e o divórcio é praticamente consensual.
Aos rubro-negros, restam Uribe, Lincoln e Henrique Dourado. Ao peruano, um futuro colorado em Porto Alegre. Três anos, no entanto, é muito tempo. E Guerrero, à sua maneira, marcou sua passagem pelo Flamengo. Relembre:
A última impressão...
Se não chegou ser ídolo pelos resultados ou performance em campo, Guerrero deixou sua marca no Flamengo pelo que representou para gestão Bandeira de Mello e por seu prestígio internacional.
Primeira contratação de impacto de um clube com novas diretrizes, ganhou de imediato o apoio praticamente irrestrito do torcedor, que durou até sua aparição final, há 12 dias, diante do Sport. A última página desta história, entretanto, ficou marcada por baixo rendimento, mistério e "sumiço".
Guerrero entrou no segundo tempo contra o Sport: a última aparição (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
Entre o cumprimento dos primeiros seis meses de punição impostos pela Fifa, nova suspensão e liberação pelo Tribunal Suíço, foram sete partidas em 2018, 387 minutos em campo e apenas um gol.
Apesar do frisson que continuou causando nos torcedores, Guerrero apresentou falta de ritmo natural nos três jogos antes da Copa do Mundo e baixo rendimento técnico na volta da Rússia. Titular contra São Paulo, Botafogo e Santos, foi peça nula até perder lugar para Uribe no 4 a 1 sobre o Sport. Em campo nos 16 minutos finais, nada fez e chegou ao sexto jogo pelo Brasileirão, limite para que pudesse se transferir para outro clube.
Desde a saída do gramado do Maracanã naquele 29 de julho, não foi mais visto publicamente com a camisa do clube. Queixou-se de dores na coxa direita, desfalcou a equipe nos três jogos seguintes e se despede nesta sexta-feira.
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