
Palmeiras x Botafogo: quem se classifica para as quartas da Copa do Mundo de Clubes?
A Eagle Football, rede multi-clubes de John Textor, sofreu um baque na terça-feira. Após julgamento, a Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) decretou o rebaixamento do Lyon à segunda divisão do futebol francês devido à má situação financeira do clube. O Lyon classificou a decisão como "incompreensível" e prometeu recorrer. Se a queda for mantida, como isso afeta o Botafogo?
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A Eagle Football opera com um sistema de "caixa único", ou seja, nenhuma quantia pertence apenas a um ou outro clube da rede. Quaisquer valores de transações envolvendo as equipes do grupo ficam à disposição de outros times. Não à toa, em novembro de 2024, Textor citou que o Botafogo "teria que reabastecer" os cofres do Lyon e que a venda de atletas de clubes da Eagle Football era uma das estratégias para evitar o rebaixamento administrativo do clube francês.
John Textor, do Botafogo — Foto: Wagner Meier/Getty Images
Nesta segunda-feira, o Crystal Palace anunciou que o empresário americano Woody Johnson, proprietário do New York Jets, assinou a compra da parte do clube que pertencia à Eagle. Uma das razões de Textor para concluir a transação era justamente a entrada de capital para evitar a queda do Lyon.
O rebaixamento do Lyon atrapalha a estratégia de negociação de John Textor. Nas últimas janelas de transferências, o empresário americano citou diversas vezes que utilizava uma possível ida futura para o Lyon como um dos fatores decisivos para atrair jogadores para o Botafogo.
Thiago Almada comemora o gol em São Paulo x Botafogo — Foto: Marcos Ribolli
No caso de Thiago Almada, por exemplo, a transferência estava prevista em contrato. Quando foi anunciado pelo Botafogo, em julho de 2024, o meia argentino sabia que iria para o Lyon em janeiro deste ano.
Algo semelhante ocorreu com Luiz Henrique. No início de 2024, o atacante, então no Betis, também interessava ao Flamengo. Textor visitou o jogador na Espanha e o convenceu a se transferir para o Botafogo.
Um dos grandes destaques no elenco campeão da Libertadores e do Brasileirão em 2024, Luiz firmou vínculo de cinco anos com o Alvinegro - e tinha o poder de escolher quando se transferir ao Lyon durante a vigência do contrato.
Luiz Henrique ergue a taça da Libertadores pelo Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo
O ex-camisa 7 do Botafogo acabou vendido para o Zenit em janeiro deste ano, antes de seguir para a França. Em outros casos, não havia previsão em contrato, mas Textor reconhece que ter um clube na Europa facilita na hora de contratar grandes jogadores para o Botafogo.
— O que fazemos na Eagle é trazer jogadores, pedir a eles que vençam campeonatos e então honramos o caminho deles. Nenhuma rede multi-clubes faz isso, um dono que deixa a decisão para o jogador. A decisão é dele. É o que fazemos aqui. A água corre por onde deve, certo? Eu não controlo essas decisões. Só tento juntar todos e sentir a alegria de estar aqui — disse o empresário no fim de 2024.
Com o rebaixamento do Lyon, uma consequência natural dentro desse sistema de "caixa único" da Eagle Football é a diminuição da capacidade de arrecadação financeira da rede. Sem as receitas da primeira divisão francesa e de competições europeias, além de cotas de TV, patrocínios e premiações mais robustos - o Lyon perde relevância na arrecadação da holding.
Na prática, isso aumenta a pressão sobre os outros clubes da Eagle, principalmente o Botafogo, que vive seu melhor momento esportivo e, portanto, se torna o ativo mais valorizado da holding.
Nesse cenário, o clube carioca precisa vender mais jogadores para fazer maiores repasses ao caixa da Eagle. Dentro de campo, o Glorioso vive bom momento com a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes. Fora dele, a torcida acompanha com atenção os próximos passos da situação do Lyon, que ainda vai recorrer e espera jogar a primeira divisão francesa na próxima temporada.
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