O presidente afastado da CBF, Ednaldo Rodrigues, pediu, na noite desta quinta-feira, que a decisão proferida pelo desembargador Gabriel Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que o destituiu do poder da entidade, seja anulada. O pedido foi feito na ação que julga a legitimidade do Ministério Público de celebrar acordos com entidades esportivas.
Ednaldo Rodrigues foi afastado nesta quinta da CBF — Foto: Buda Mendes/Getty Images
Na petição apresentada nesta quinta-feira, a defesa de Ednaldo pede também que, caso o pedido de nulidade da decisão proferida pelo TJ-RJ não seja acolhido, que o estatuto da CBF, que afirma que o vice-presidente mais idoso deve assumir o poder em caso de vacância na presidência, seja adotado. Assim, segundo o documento, Hélio Menezes assumiria o posto.
O julgamento desta ação, que entre outras consequências, determinou a recondução de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF em janeiro de 2024, está marcado para o dia 28 de maio, no Supremo Tribunal Federal.
Outro pedido apresentado por Ednaldo foi o de que o desembargador Gabriel Zéfiro, responsável pela destituição do agora ex-presidente da CBF, seja informado com urgência da decisão, solicitando ainda que o TJRJ não profira mais nenhuma decisão que interfira no poder da entidade enquanto durar a vigência da liminar de Gilmar Mendes que reconduziu Ednaldo ao poder, em janeiro de 2024.
O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), afastou Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF nesta quinta-feira. O magistrado nomeou um dos vice-presidentes da entidade, Fernando Sarney, como interventor e determinou que ele deverá convocar novas eleições "o mais rápido possível".
— DECLARO NULO O ACORDO FIRMADO ENTRE AS PARTES, HOMOLOGADO OUTRORA PELA CORTE SUPERIOR, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários, ANTÔNIO CARLOS NUNES DE LIMA, conhecido por CORONEL NUNES — escreveu o magistrado em sua decisão.
Ednaldo recebeu a notícia do afastamento em Assunção, onde participou do congresso da Fifa. Existe a chance de recondução do dirigente à presidência da CBF em caso de decisão dos tribunais superiores (STJ ou STF). Na primeira vez em que foi afastado, em dezembro de 2023, Ednaldo recorreu ao STF e voltou a cargo um mês depois.
Nomeado interventor nesta quinta, Fernando Sarney é um dos atuais vice-presidentes da CBF, mas rompeu politicamente com Ednaldo e faz parte da oposição. Ele não integrou, por exemplo, a chapa da reeleição do presidente por aclamação no dia 24 de março. Mas seu mandato como vice vai até março de 2026. Ele disse ao ge que nada muda na contratação do técnico Carlo Ancelotti.
— Não vou mexer com isso, não. O futebol segue a sua vida. Sou apenas transitório — disse Sarney.
Na semana passada, dois pedidos foram feitos ao STF para saída de Ednaldo do cargo. O argumento da deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e do próprio agora interventor Fernando Sarney era de que foi falsificada a assinatura do Coronel Nunes, ex-presidente da entidade, em acordo do início deste ano. Há também um laudo pericial indicando que a assinatura não é verdadeira.
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