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Bastidores do Flamengo: sensação de que time é previsível gera incômodo

Por Globo Esporte    Quarta-Feira, 8 de Maio de 2024


Flamengo virou um time previsível. A avaliação é de pessoas que estão no dia a dia do Ninho do Urubu. Agora, jogadores, integrantes da comissão técnica e dirigentes buscam soluções para sair do momento considerado de marasmo.

Após saídas de algumas lideranças importantes do elenco nas últimas duas temporadas, o grupo hoje é um pouco mais calado, porém ainda há vozes que prevalecem na cobrança diária. Arrascaeta, Gerson, Fabrício Bruno e Bruno Henrique fazem parte desse grupo.

O elenco "um pouco mais calado" não significa que exista ruído na comunicação. Atualmente, não há problemas de relacionamento entre os atletas e nem deles com a comissão técnica. Mesmo falando menos do que em outras temporadas, os jogadores estão incomodados por não terem o rendimento adequado à qualidade do elenco.

Após o jogo contra o Bragantino, no sábado, Arrascaeta fez elogios ao segundo tempo do time, mas antes reclamou de uma postura que dá impressão de que o Flamengo só busca a reação após sofrer gol. O uruguaio utilizou discurso semelhante em outros momentos desta temporada.

O departamento de futebol exige "mais trabalho e menos palavras" - mesma narrativa utilizada por Tite na coletiva após a derrota para o Botafogo. Haverá cobrança para que os atletas entendam o momento vivido pela equipe e escolham soluções simples em campo, sem enfeitar jogadas.

 

Previsível também nos treinos

Pessoas que convivem no dia a dia do Ninho do Urubu afirmam que até nos treinos a equipe titular tem encontrado dificuldade na criação de jogadas e para fazer gols. Mas não são apenas os problemas do setor ofensivo que causam incômodo no clube. Contra Botafogo, Bragantino e Palestino, o time sofreu gols em lances de escanteio. Em todos os casos, o Flamengo tinha pelo menos nove atletas na área e nenhum atento ao rebote. Foi da meia-lua que saíram os gols de Botafogo e Palestino.

 

Flamengo; Palestino; Libertadores — Foto: Javier TORRES / AFP

Flamengo; Palestino; Libertadores — Foto: Javier TORRES / AFP

 

Confiança é tema de cabeceira de Tite

 

O rodízio de jogadores e as mudanças de posicionamento e sistema têm sido algumas das tentativas - até agora sem sucesso - de Tite para retomar algo que ele considera fundamental: resgatar a confiança do time. O trabalho do treinador ainda não deu resultados condizentes com a expectativa criada por sua trajetória antes da chegada ao Flamengo.

É verdade que a variação de peças causa desconforto em alguns jogadores. Mas o diálogo constante do treinador com o grupo e com a diretoria, sempre em bom tom, evita até agora qualquer tipo de desgaste.

A diretoria nem discute a possibilidade de demissão de Tite no momento. Há preocupação com o nível do futebol apresentado, mas o gaúcho de 62 anos é visto como o treinador mais capacitado para recalcular a rota com as mesmas peças.

Por existir essa confiança mútua entre comando do futebol e Tite, além do bom relacionamento, reuniões mais extensas não estão no planejamento agora. O clube busca simplicidade e vitórias que recoloquem o Flamengo no topo das competições que disputa. Há o entendimento de que a culpa é dividida entre direção, comissão técnica e atletas.

A percepção no Ninho do Urubu em diferentes alas é que o equilíbrio deu lugar a um time previsível. Formas para mudar tal panorama estão em discussão para que o Flamengo não desperdice mais um ano cercado de altas expectativas.

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