Análise: Vasco anula o Corinthians e se enche de moral para decidir no Rio
Por Globo Esporte Quinta-Feira, 18 de Dezembro de 2025
Antes do primeiro jogo da final da Copa do Brasil, dado principalmente o histórico recente na Neo Química Arena, havia um consenso entre torcedores do Vasco de que a missão nesta quarta-feira era não permitir que o Corinthians liquidasse o confronto e levar a decisão do título para o Maracanã, no próximo domingo.
Se olharmos por esse lado, a missão foi cumprida com louvor. O Vasco anulou as ações ofensivas do Corinthians nos primeiros 90 minutos da final, de modo que Léo Jardim não precisou fazer nenhuma defesa difícil - a única, em finalização de Yuri Alberto que ele salvou com os pés, não valeu porque o lance foi anulado por impedimento.
Com atuação de almanaque da sua dupla de volantes (Thiago Mendes e Cauan Barros foram os melhores em campo), o time de Fernando Diniz protegeu bem a frente da área e empurrou o ataque corintiano para as laterais, onde Matheus Bidu apareceu uma vez ou outra como única válvula de escape. A solidez defensiva da equipe foi muito elogiada por Diniz na coletiva.
"O time talvez tenha tido, defensivamente, a melhor partida do Vasco, sob o meu comando. O time foi muito obediente. [...] Não oferecemos chances reais para o Corinthians", analisou o treinador.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2025/U/3/cSJJn0SKShQXHJrgamdg/rib0070.jpg)
Andrés Gómez e Puma Rodríguez, do Vasco, em ação contra o Corinthians — Foto: Marcos Ribolli / ge
Mas o Vasco fez além disso na Neo Química Arena. Apesar da aplicação na marcação, não houve retranca. O que a equipe fez foi reduzir os espaços. Mas, quando teve a bola, conseguiu acelerar a troca de passes e explorar as estocadas em velocidade de Rayan e Andrés Gómez - em especial do colombiano, que incomodou a defesa adversária o tempo todo e foi escolhido o melhor jogador da partida.
Cada um terminou a partida com três finalizações. Foi numa jogada dos dois que o Vasco chegou a abrir o placar no primeiro tempo, mas Rayan estava levemente adiantado quando recebeu de Andrés, e a arbitragem anulou o lance. Nos dois minutos seguintes, o time aproveitou o embalo e finalizou outras duas vezes: um chute de Coutinho de fora da área e uma cabeçada perigosa de Puma Rodríguez.
A partir daí, o Vasco de fato tomou as rédeas e foi melhor que o Corinthians. Ficou a impressão de que o time, sabendo disso, em alguns momentos se afobou na hora de decidir a partida.
Faltou capricho na última tomada de decisão, como quando Puma Rodríguez recebeu de Nuno Moreira na esquerda da área, limpou a marcação de Matheuzinho, mas hesitou na hora de finalizar e acabou demorando demais. Isso foi aos 31 do primeiro tempo.
Como é de praxe quando o Vasco está bem, Diniz só mexeu na equipe lá para as tantas do segundo tempo. Aos 33, Nuno Moreira deu lugar a Vegetti. E pouco depois, um exausto Philippe Coutinho, que completou nesta quarta seu maior número de jogos disputados na mesmo temporada em toda a carreira (55), saiu para a entrada de Matheus França.
Nesse momento, faltando pouco menos de 10 minutos para o apito final, o Corinthians se permitiu ocupar mais o campo ofensivo e ensaiar uma pressão, mas a única finalização (um chute de Vitinho de fora da área) parou nas mãos seguras de Léo Jardim.
Depois de sair ileso de Itaquera, o Vasco agora se enche de moral para decidir o título em casa, no Maracanã e com ingressos já esgotados. O jogo de volta da final da Copa do Brasil será no domingo, às 18h (de Brasília).