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Análise: Vasco mostra que tem time de G-8 e põe o Fluminense na roda

Por Globo Esporte   Terça-Feira, 21 de Outubro de 2025

A vitória por 2 a 0 contra o Fluminense foi mais um capítulo da fase embalada que o Vasco vive na temporada com Fernando Diniz. A equipe foi superior ao rival carioca e dominou totalmente a partida no segundo tempo, com direito a "olé" no Maracanã, construindo o resultado que colocou o time na oitava posição do campeonato.

Há sete meses, o presidente Pedrinho disse que o Vasco tinha um elenco top-8 do Brasileirão. Houve uma unanimidade na época de que a avaliação era, no mínimo, precipitada. O time tinha fragilidades e ausências de perfil importantes para uma equipe da Série A. No entanto, o presidente vascaíno estava certo em uma coisa: era preciso um treinador que tirasse mais dos jogadores que lá estavam.

 

Gol de Rayan, Vasco x Fluminense — Foto: André Durão / ge

Gol de Rayan, Vasco x Fluminense — Foto: André Durão / ge

E poucos treinadores no futebol brasileiro fazem isso melhor do que Fernando Diniz. O maior exemplo disso é Rayan. O time já havia melhorado de desempenho, mas sofria para traduzir as boas atuações em bons resultados — devido às falhas na defesa e à falta de contundência no ataque. Depois da janela de transferências do meio do ano — esta, sim, que corrigiu os problemas crônicos da equipe —, não há erro nenhum ao ver o atual time vascaíno entre os oito melhores do Campeonato Brasileiro.

O Vasco de Diniz, enfim, converte suas atuações em resultados. São cinco vitórias nos últimos seis jogos no Brasileirão. Apenas uma derrota nos últimos 11 jogos. A equipe mudou de patamar em 2025 e entrou de vez na briga por uma vaga na Libertadores — via Brasileiro ou Copa do Brasil.

 

30 minutos do Fluminense, 60 do Vasco

 

Apesar da boa fase, o Vasco não começou o primeiro tempo bem. A equipe sentiu o erro de Barros, aos três minutos de jogo, que foi desarmado na intermediária defensiva. Sorte que Cano desperdiçou a chance, em boa defesa de Léo Jardim. O argentino tinha todo o espaço do mundo para conduzir e finalizar, mas chutou de forma precipitada.

A partir desta falha, o Fluminense foi superior por cerca de 20 minutos no Maracanã. O Tricolor chegava com muita força pelos lados e abusava das ligações diretas para explorar a linha alta do time de Diniz. E neste quesito não há como não citar a segurança dos zagueiros do Vasco. Cuesta e Robert Renan levaram a melhor em praticamente todos os lances. A dupla salvou a equipe algumas vezes no primeiro tempo.

Depois do período de pressão, o Vasco iniciou uma presença maior no setor ofensivo. Com Coutinho regendo as investidas, a equipe começou a incomodar o Fluminense. Mas o Vasco ainda batia cabeça com Paulo Henrique e Andrés Gómez pela direita, que não estavam se entendendo no 1º tempo. Diniz inverteu os pontas e colocou Nuno pela direita. O impacto foi imediato.

Em uma tentativa de contra-ataque tricolor, Paulo Henrique roubou a bola, tabelou com o português e tocou para Rayan dominar livre na intermediária ofensiva. Se já é difícil parar o atacante, com uma dose de sorte fica mais complicado ainda. A joia vascaína soltou uma bomba, que desviou em Freytes e tirou Fábio da rota do chute. Mais um gol para Rayan em clássicos

 

Segundo tempo maduro e dominante do Vasco

 

O gol de Rayan mudou os rumos da partida. Mais solto e confiante, o Vasco não só se impôs, como dominou a partida de forma madura e muito tranquila. Sintomas de uma equipe que está cada vez mais segura de si no Brasileirão.

Se antes o Vasco, mesmo pressionado, tentava sair jogando desde trás, o placar de 1 a 0 deu a fluidez necessária para o segundo gol vascaíno sair da forma que foi feito.

 

Nove dos 11 jogadores do Vasco participaram da jogada. Foram 40 segundos desde o passe de Léo Jardim, na pequena área defensiva vascaína, até Nuno Moreira converter o rebote da defesa de Fábio em gol.

 

Além da qualidade do Vasco nos toques curtos para sair deste trás, duas coisas precisam ser destacadas no lance: a maestria e inteligência de Coutinho para dar ritmo à jogada, seja com passes ou dribles corporais, e a força e a velocidade de Rayan para arrancar do meio de campo até a entrada da área do Fluminense para soltar um chute potente, que Fábio não conseguiu encaixar.

Nuno Moreira - Vasco x Fluminense - Maracanã - Brasileirão — Foto: André Durão

Nuno Moreira - Vasco x Fluminense - Maracanã - Brasileirão — Foto: André Durão

O gol do Vasco acabou com qualquer poder de reação do Fluminense. Mas isso aconteceu aos 6 minutos do segundo tempo. Apático, o rival viu uma equipe ciente de tudo que precisava fazer no segundo tempo. O time de Diniz desfilou no Maracanã e fez o Fluminense ser vítima de um estilo de jogo que até ano passado tinha como característica.

A segurança e a confiança do time em campo passaram para a arquibancada. Tanto que a torcida vascaína, que em outros momentos da temporada se mostrava — com razão — mais desconfiada e preocupada, começou a cantar "olé" aos trinta minutos do segundo tempo. E seguiu assim até o fim do jogo.

O Vasco ficou dos 34 minutos até os 39 sem deixar o Fluminense tocar na bola praticamente. Para a loucura do Maracanã — e de Fernando Diniz, que queria que o Vasco fosse mais objetivo nos toques, sem voltar tantas vezes os passes para trás.

— Acho que aquela hora, estava 2 a 0, e tivemos três ou quatro chances, no mínimo, de fazer um ataque, com a bola para frente, que estava muito mais fácil, e a gente colocou a bola para trás, para usar o Léo Jardim sem necessidade. Queria que o time aproveitasse os espaços para promover os ataques. Com 2 a 0, se sofrêssemos um gol, tomaríamos um sufoco. O jogo estava se apresentando para fazermos o terceiro gol e acho que tínhamos que jogar mais para a frente — disse Diniz.

A vitória no clássico tem vários efeitos positivos no Vasco. A noite de Rayan, atacante que surge como uma das grandes revelações do futebol brasileiro nos últimos anos. A solidez defensiva de um time que reformulou a sua zaga. A afirmação de Barros como um volante que o clube não tinha há anos. A quebra de marcas negativas nos confrontos recentes contra o Fluminense no Maracanã. Todos esses motivos devem ser celebrados.

Mas o principal fator que fará o torcedor do Vasco acordar feliz nesta terça-feira é ver um time que transmite confiança. A vitória no clássico — contra um rival que entrou em campo para tentar se aproximar do G-6 — é mais um passo na arrancada vascaína no Brasileirão. O time não está na zona de Libertadores (ainda). Mas a presença entre os oito primeiros do campeonato não é por acaso. O Vasco, enfim, está na faixa da tabela que merece estar. E pode mais.

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