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Filipe Luís e Renato Gaúcho protagonizam Fla-Flu em duelo de opostos

Filipe Luís e Renato Gaúcho nunca se enfrentaram como treinadores. Até hoje. E a “estreia” será do tamanho de um Fla-Flu, com os dois times posicionados na parte de cima da tabela do Brasileirão. Elogiados pelas atuações de suas equipes na Copa de Clubes, os dois comandantes mostrarão hoje, às 19h30, no Maracanã, que são praticamente opostos complementares.

Filipe e Renato estão em estágios distintos da carreira. Se o rubro-negro tem menos de um ano à frente de uma equipe profissional, o tricolor já atravessa três décadas na função. A medida do tempo se dá pela lembrança de que o veterano treinou o então lateral-esquerdo no próprio Flamengo, em 2021. Mesmo que essa pareça ser a única interseção entre um profissional considerado “boleiro” e outro rotulado como estudioso, os dois têm muito mais semelhanças entre si.

Mesmo que Renato prefira não expor tanto seu lado mais tático — e apele para um personagem irreverente em entrevistas —, não lhe falta boa leitura. Isso se tornou inegável após os ajustes feitos na campanha que levou o Fluminense às semifinais do Mundial de Clubes, com uma vitória contundente sobre a Inter de Milão, vice-campeã da Europa.

Trata-se de um resgate do moral de Renato. Seus trabalhos mais recentes, no próprio Flamengo e na última passagem pelo Grêmio, atravessaram turbulências e o fizeram perder prestígio entre a opinião pública. A imagem de Renato, porém, nunca foi abalada nos vestiários, já que os elencos que comanda costumam valorizar sua figura agregadora. Ele conserva ainda a fama de recuperar atletas.

— A maior virtude dele é escalar o time perfeito para o jogo. Depois, taticamente, ele tem muitas qualidades, como também defeitos, igual a todo mundo. A gestão de grupo dele é a melhor que eu já vi de um treinador até hoje — elogiou Filipe Luís ao podcast Charla.

Esse, inclusive, foi um dos desafios enfrentados logo de cara pelo novato. Fazendo desde outubro seu primeiro trabalho como treinador profissional — antes, comandara o sub-17 e o sub-20 do rubro-negro —, Filipe precisa cativar no dia a dia um grupo cheio de nomes que eram seus companheiros em campo até 2023.

Tatiquês na veia

Ser um bom líder foi um dos segredos para que Filipe levasse o rubro-negro ao título da Copa do Brasil no ano passado. Ele não se esquiva, porém, de colocar o dedo na ferida — o atrito com o atacante Pedro é a prova.

Num ponto de contraste com Renato, Filipe faz questão de mostrar seu conhecimentos tático em entrevistas, replicando o perfil “cerebral” da época de atleta.

— Ele é um cara muito acima da média e inteligente. Na época (em que o treinava no Flamengo), eu disse que não tinha dúvidas de que ele seria um grande treinador pela capacidade e pela inteligência — disse Renato Gaúcho à ESPN Brasil.

Hoje, o Fla pode ter Wallace Yan, cujos salário e multa rescisória foram reajustados ontem, entre os titulares. Outra opção é usar Plata como falso 9 e Cebolinha na esquerda. O atacante Pedro está de volta à lista de relacionados após dois jogos, mas deve ficar no banco. No Flu, com o retorno do esquema com três zagueiros, Soteldo e Cano podem formar a dupla de ataque. Regularizado, John Kennedy é opção.