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EXCLUSIVO: Jovem se diz arrependida por ter acusado professor de agressões em Patos e conta a ‘verdade dos fatos’

Por Vicente Conserva - 40 Graus    Segunda-Feira, 22 de Abril de 2024


Há pouco mais de um mês, a jovem Laurien Lucena, 23 anos, abalava a cidade de Patos com relatos preocupantes de violência doméstica. Poderia ser apenas mais um caso de agressões numa relação taxada como tóxica, senão fosse por uma das figuras envolvidas: um professor de Educação Física e profissional bastante conhecido no meio futebolístico, tendo ele passado por diferentes funções em clubes da cidade como Esporte e Nacional.

Marcos A. do Nascimento fora acusado pela sua companheira de ter praticado violência doméstica num caso que rapidamente ganhou repercussão. Passado mais de um mês em que o caso veio à tona, a jovem procurou a reportagem do Portal 40 Graus, para contar, com exclusividade, o que segundo ela, de fato ocorreu no dia 13 de março passado.

Os relatos de Laurien são exclusivos, já que segundo a própria, outros portais da cidade se negaram a ouvir sua nova história alegando que o assunto estava encerrado para os tais.

Preocupada com a dimensão a que o caso tomou, Laurien disse que vem tendo dias de preocupação, de consciência pesada, noites sem dormir até, e isso a fez nos procurar para trazer à luz, fatos até então não narrados por ela, e em tom de desabafo, fazer com que toda a verdade seja reestabelecida por ela mesma que fez tais acusações.

Antes, porém, é preciso dizer que dos relatos anteriores, a versão apresentada por ela naquela data nas redes sociais, mudou.

 

O QUE ELA DISSE ANTERIORMENTE

 

“Ele jogou água em mim, eu comecei a filmar, ele saiu e foi pra o quarto, ele quis fechar a porta e eu não deixei, foi aí que ele me empurrou e eu machuquei as costas, ficou o hematoma. Fui na delegacia civil e prestei queixa. Ele disse que passou o dia me seguindo, perguntou se eu tinha usado o tênis dele e começou rasgar o tênis e a blusa de faca. Eu tenho a medida protetiva, mas ainda tenho muito medo”, relatava a jovem à época.

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O QUE A JOVEM RELATA AGORA

 

Laurien se diz completamente arrependida de ter feito tais relatos que não condizem com a verdade, e garante que agiu por impulso e nos relatou algo diferente que agora vem ao conhecimento público.

“Então, eu queria assim, né, desabafar, na verdade, que no dia 13 do mês passado aconteceu algo que veio à tona, foi tudo muito rápido pra mim e que era onde eu morava com o Marcos Nascimento e foi onde aconteceu. Eu estava em casa, por volta das 10h30 da noite, e aconteceu o seguinte: eu estava deitada, e eu estava esperando-o chegar em casa do trabalho. Aí foi onde ele veio me perguntar de uma postagem que eu fiz na internet e isso aconteceu, porque eu postei uma música numa foto minha e ele ouviu e não gostou. Foi onde ele veio me perguntar porque era que eu tinha postado essa música e eu expliquei para ele, porque eu tinha gostado, enfim, eu acabei me chateando de verdade porque eu achei que aquilo não teria motivo para se discutir. Fiquei chateada com ele e, por causa disso, como eu havia dito, eu fiquei chateada e não quis mais conversar com ele. Na verdade, não quis conversar e isso causou que ele ficou com raiva, e com raiva ele disse para mim que ia jogar água em mim, e isso aconteceu mesmo né. Jogou água,” relata a jovem.

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Laurien afirma que não aceitou a agressão e tentou revidar.

“Eu não aceitei que ele jogasse e aí eu fui revidar o que ele fez comigo e foi onde eu fui a geladeira, peguei as duas garrafas de plástico e fui jogar nele. E foi onde ele fechou a porta do quarto. Ele estava no quarto e eu disse pra ele não jogar água em mim e que ele nunca mais fizesse aquilo, então quando eu fui jogar água nele, foi onde ele fechou a porta e as garrafas bateram na porta e eu acabei caindo na água porque quebraram as duas garrafas de plástico.”

Ela ainda afirma que as agressões que tiram sido provocadas por ele por um suposto empurrão não aconteceram. “Eu caí e escorreguei, e foi onde eu bati com as costas em um galão de água e acabei machucando minhas costas. Então, no mesmo momento, ele viu que eu me machuquei e cuidou de mim, e foi isso que aconteceu.”

 

SENTIMENTO DE CULPA

 

Laurien se sente culpada por ter feito relatos públicos e apresentado uma versão que fugiu um tanto da realidade.

“Eu não quero carregar essa culpa para o resto da minha vida, por ter feito isso com a pessoa que sempre quando esteve comigo, me ajudou, Então assim, ele é uma pessoa muito boa e eu desejo que que ele e espero que ele me perdoe por tudo que eu fiz contra ele, certo?”, disse ela bastante emocionada.

Em tom de desabafo e se mostrando arrependida, ela disse que mentiu para atingir uma pessoa boa e que conviveu com ela por 8 anos.

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“Então assim, eu queria era mais desabafar com isso porque eu tenho carregado uma culpa muito grande sobre mim. Porque? por ter mentido e ter acusado uma pessoa que sempre quis meu bem e que me ajudou bastante, diz ela.

Ela ainda disse o que a levou a tomar todas as iniciativas públicas. “O que mim levou a fazer a publicação, foi por agir de cabeça quente. Eu estava muito triste porque brigamos outro dia, então resolvi postar porque estava triste e juntei tudo de nossas brigas e resolvi postar.

A jovem ainda trouxe mais outra versão sobre as supostas agressões. “Não foi ele que cometeu os arranhões, até porque, no dia que eu cair, ele caiu juntamente comigo e também se machucou. Só que ele caiu em cima de mim, escorregamos na água e foi onde eu bati com as costas”, relatou ela.

 

DAS PROVIDÊNCIAS TOMADAS

 

O caso rapidamente ganhou percussão na cidade e logo foi parar na Delegacia de Polícia Civil na cidade de Patos através de Boletim de Ocorrência prestado por ela no sábado, dia 16 de março, alegando ela ser vítima de agressão sofrida pelo marido.

Isso fez a delegada da Mulher, Sílvia Alencar, abrir investigação tendo ouvido a versão da vítima e convocado o professor para prestar esclarecimentos. Ele até chegou a emitir nota no dia 19 de março negando tudo.

 

A NOTA:

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Mesmo assim, a delegada solicitou medida protetiva, pois ela não se sentia segura e as investigações prosseguiram.

“A jovem se dirigiu até a delegacia e lá foi feito todo procedimento necessário com a solicitação de medidas protetivas de urgência e o início do procedimento com representação criminal pelas lesões corporais. A atitude da vítima chamou atenção porque ela deveria ter acionado a Polícia Militar, a Polícia Civil ou algum órgão de proteção para que ela fosse imediatamente socorrida e retirada daquele ambiente de violência”, disse a delegada.

 

TÊNIS RASGADO

 

Dentro dos relatos feitos por Laurien, apareceu uma filmagem em que o professor aparece rasgando um tênis com uma faca. Ela chegou a postar nos seus stories. A delegada Silvia Alencar havia alertado que a jovem correu muito risco em filmar a violência.

“O fato de postar informações desta natureza nas redes sociais, alerta outras vítimas, mas também dificulta o trabalho da justiça já que a gente não tem como socorrer ela de imediato. O agressor não foi encontrado e por essa razão não foi preso no momento”, afirmou a delegada.

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No entanto, segundo nos relatou Laurien, o caso do tênis foi meses atrás que aconteceu, e não naquele dia 13 de março quando houve tal discussão entre o casal.

“O caso do tênis foi meses atrás que aconteceu. O tênis era dele e ele rasgou porque me pediu para que eu não usasse mais, e tínhamos combinado isso, mas eu fui contra o nosso combinado e ele rasgou e ele mim falou que rasgaria o tênis se eu usasse”, contou Laurien.

 

ARREPENDIMENTO PRÉVIO

 

No último dia 02 de abril, uma terça-feira, dia do aniversário de Marcos, ela fez diversas postagens mostrando arrependimento e dando a entender que o caso havia buscado a reconciliação.

Em postagem, ela o parabenizou pelo seu aniversário.

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CASO NA JUSTIÇA

 

O caso transcorre na Justiça de Patos. Laurien confimou porém, que procurou a delegada para retirar a queixa. “Sim retirei a queixa na delegacia, pois estava muito arrependida por ter mentido. Eu resolvi procurar a delgada, porque eu estava mal, não estava conseguindo dormir à noite, por tantas mentiras que eu o acusei. Eu não conseguia mais acordar e saber que tinha uma pessoa sendo julgada, sem ter nenhuma culpa. Foi isso que me fez ir até a delegacia e falar toda verdade”, disse ela.

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Portal - Como ficou o caso na delegacia depois que você procurou a delegada? A delegada disse se ia prosseguir investigando ou não?

- Agora está nas mãos da Justiça e eu farei o que for preciso para que eu possa ficar em paz comigo mesma e espero que Deus e ele mim perdoe, porque ele nunca me quis o mal, pelo o contrário, eu cresci como pessoa durante todo tempo que vivo com ele, relatou a jovem.

Perguntada se eles estão juntos de novo, Laurien afirmou que não queria falar sobre isso.

 

LEI MARIA DA PENHA

 

Mesmo tendo a inciativa de ir à delegacia para retirar a queixa contra o professor, a ação transcorre na Justiça e ele poderá responder por lesão corporal e violência doméstica, previstos no Artigo 129, parágrafo 13 do Código Penal e Lei Maria da Penha, já que com a mudança da lei, a polícia não fica impedida de prosseguir com o caso mesmo a vítima retirando a queixa.

 

A mulher vítima de violência doméstica pode renunciar à representação feita na delegacia?

 

A própria legislação apoia esse entendimento, confira o artigo 16 da Lei Maria da Penha:

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Portanto, vamos conferir o resumo dos principais pontos sobre a Lei Maria da Penha:

É possível renunciar à representação nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida;

Essa retratação deve ser feita perante o juiz, em audiência especialmente agendada para isso, ou seja, não poderá ser feita na delegacia;

A retratação deve ser realizada antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público, após o recebimento da denúncia, não é possível renunciar;

Esses são os requisitos para que uma pessoa consiga renunciar à representação.

Essas medidas são, na verdade, uma forma de proteção da mulher vítima de violência doméstica, que por pressão, ameaça ou manipulação podem acabar desistindo com facilidade da representação.

 

Laurien informou que tem audiência marcada na Justiça e que fará os mesmos relatos apresentados pela matéria.

Ela ainda nos informou que a medida protetiva ainda está em vigor.

A nossa reportagem deixa o espaço aberto para maiores esclarecimentos por parte do professor Marcos Nascimento.

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