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Dia Nacional da Caatinga: veja quais espécies de animais do bioma podem desaparecer

Por Luana Silva - Jornal da Paraíba    Domingo, 28 de Abril de 2024


Das espécies de animais presentes na Caatinga, 9,9% estão quase ameaçadas, vulneráveis, em perigo ou criticamente em perigo de extinção, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio). Neste domingo (28), Dia Nacional da Caatinga, confira dados sobre os animais que podem desaparecer, caso o bioma não seja preservado.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisas em Agropecuária (Embrapa), a caatinga tem uma área de 826.411 km 2. O bioma é genuinamente brasileiro, ou seja, está situado exclusivamente no Brasil, em um território que envolve todos os estados nordestinos, exceto o Maranhão, e, fora do Nordeste, uma parte do Norte de Minas Gerais.

Espécies da caatinga ameaçadas

De acordo com o Livro Vermelho do ICMBio, que registra as espécies ameaçadas de extinção, as atividades agropecuárias são as maiores ameaças para as espécies da caatinga. Em seguida, vem o setor de produção de energia, caça e captura, expansão urbana, mineração e poluição.

ICMBio classifica o risco de extinção das espécies por níveis. Na caatinga, 33 espécies estão quase ameaçadas de extinção, 67 estão vulneráveis, 73 estão em perigo e 33 estão criticamente em perigo de extinção.

Quase ameaçadas

Onças pardas
Foto: Divulgação/Semam-JP

Das 33 espécies da caatinga que estão quase em perigo de extinção, seis são encontradas na Paraíba. Uma delas é a onça-parda ou sussuarana, classificada como quase ameaçada pelo ICMBio pelo número de indivíduos maduros, estimado em 13.732, e a projeção de declínio populacional.

Além da suçuarana, estão nesta categoria as aves vira-pedras e cuspidor-de-máscara-preta, um tipo de morcego, o macaco-prego-amarelo e um tipo de anfíbio de nome científico phyllodytes brevirostris, encontrado endemicamente no município de Alhandra, na Região Metropolitana de João Pessoa.

Vulneráveis

Dia Nacional da Caatinga
Foto: PMJP/Divulgação

Segundo o ICMBio, 67 animais da caatinga estão vulneráveis. Desse total, 15 espécies podem ser encontradas na Paraíba, como a Jacucaca, de nome científico Penelope Jacucaca Spix.

A ave endêmica do Brasil é encontrada em populações pequenas. Segundo o ICMBio, estima-se que em 17 anos a espécie teve uma perda populacional de cerca de 31% .

Em perigo

Dia Nacional da Caatinga: veja quais espécies de animais do bioma podem desaparecer
O tatu-bola é um dos animais da caatinga em perigo de extinção. Foto: Divulgação

73 espécies de animais da caatinga estão em perigo de extinção, segundo o ICMBio. Animais como o tatu-bola e o gato-do-mato, também chamado de maracajá, correm perigo de desaparecer.

O ICMBio estima que o gato-do-mato teve uma queda populacional de 67,6%, em 15 anos.

Veja outras espécies da caatinga presentes na Paraíba que estão em perigo: o peixe-rei; as aves tatac, formigueiro-de-cauda-ruiva, udu-de-coroa-azul, Uruçu, Maçarico-de-costas-brancas, maria-do-nordeste, chupa-dente-do-nordeste e maçarico-rasteirinho; a tartaruga-de-escamas e a borboleta-rabo-de-andorinha.

Criticamente em perigo

Dos 33 animais da caatinga classificados como “criticamente em perigo”, na Paraíba podem ser encontrados o pássaro uru e a aranha-caranguejeira.
Apesar de provocar medo em muitas pessoas, a aranha-caranguejeira presente na caatinga não oferece riscos aos seres humanos. Com uma redução populacional significativa, perda de habitat ampliada pelos processos de urbanização, o animal possui grande risco de extinção.

No Dia Nacional da Caatinga, bioma pede socorro

Em um relatório do ICMBio,  em 2013, restava apenas 54% de vegetação nativa primária da caatinga. O restante foi convertido em outras formas de uso da terra. Já segundo o Mapbiomas, dos 112 municípios do Brasil classificados como áreas suscetíveis à desertificação, 45 são paraibanos.

O professor Washington Rocha, pesquisador da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e do Mapbiomas, explica que o processo de desertificação está avançando na área, uma vez que a caatinga é o principal bioma do Sertão paraibano.

“Embora seja pouco, aparentemente, significa que o processo de desertificação pode estar avançando nesse núcleo, já que a perda da cobertura vegetal contribui para o processo”.

Entre 1985 e 2020, em média, o estado foi o terceiro do Nordeste que mais perdeu vegetação natural e o segundo com maior perda de formação florestal, caracterizada pela caatinga mais fechada e arbórea. 

No dia 29 de março de 2024, o Pleno do Tribunal de Contas do Estado deu 45 dias a secretarias de Estado e órgãos públicos para que encaminhem Planos de Ação voltados ao combate à desertificação no Estado.

A proposta de resolução foi apresentada pelo conselheiro Fernando Rodrigues Catão, que reiterou sua preocupação em relação ao processo de desertificação no território paraibano.

Na decisão, os órgãos relacionados e as secretarias do Estado – que são responsáveis pela política estadual de combate à desertificação, assim como os 188 municípios inseridos na região do Semiárido – devem apresentar os respectivos planos de ação no prazo estabelecido pelo novo regramento.

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